Nomeação recorde de DAS
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25 Jun 2013
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O Poder Executivo reúne mais de 22 mil cargos de confiança, com impacto de R$ 4 bilhõesBÁRBARA NASCIMENTO
Apesar
das determinações da presidente Dilma Rousseff de frear os gastos com a
máquina federal, o programa de austeridade do governo deve continuar
esbarrando na entrada de cada vez mais funcionários, com e sem concurso,
na administração pública. De acordo com o Boletim Estatístico de
Pessoal, elaborado pelo Ministério do Planejamento, o número de
trabalhadores comissionados é o maior em 15 anos, desde que a série
histórica começou a ser elaborada, em 1997 (veja quadro). Hoje, 22,4 mil
pessoas têm um cargo de Direção de Assessoramento Superior (DAS) no
Poder Executivo, com uma média salarial de R$ 13,4 mil. Dessa forma, o
impacto estimado ao Orçamento federal, por ano, é de R$ 4 bilhões.
Os
recordes podem ser vistos em todos os níveis da função, que vão de um a
seis, variando de acordo com a remuneração recebida. Só entre os que
ganham mais, os DAS-6, com uma média salarial de R$ 21,4 mil, o aumento
no número de funcionários foi de 67% de 1997 a 2012, um salto de 132
para 221 pessoas. A maioria dos comissionados (62,7%), no entanto, está
nos cargos denominados DAS-1 e DAS-2, com rendimentos mensais entre R$
10,5 mil e R$ 12,6 mil.
De
acordo com um relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) em maio, 60% do Orçamento é destinado a despesas correntes, que
incluem salários, aposentadorias e pensões. Só com a folha de pagamento,
o gasto, em 2012, foi de R$ 204,5 bilhões entre os Três Poderes.
Desses, R$ 156,8 bilhões foram destinados ao Executivo. O Ministério do
Planejamento, porém, justifica que a relação entre a despesa de pessoal e
o Produto Interno Bruto (PIB) “se mantém rigorosamente equilibrada, em
torno de 4,4%”.
Especialista
em finanças públicas da Tendências Consultoria, o economista Felipe
Salto defende que a qualidade do gasto público seja melhorada. “O
impacto das despesas com pessoal só poderá diminuir se o governo
estimular políticas a longo prazo que tenham essa prioridade”, pontuou.
“Uma solução seria a criação de uma regra que limitasse o crescimento
desse dispêndio, para que ele não acompanhasse a evolução do PIB. Se a
atividade cresce 2%, por exemplo, a despesa com pessoal ficaria limitada
à alta de 1%”, sugeriu.
Desperdício
Dos
mais de 22 mil comissionados, 15,8 mil ocupam postos na administração
direta e os demais estão em autarquias (4 mil) e fundações (2,5 mil). O
professor Fernando Zilveti, especialista em contas públicas da Fundação
Getulio Vargas (FGV-SP), considera a contratação de comissionados um
desperdício. “Muitas vezes, esse funcionário não tem nenhum compromisso
com o serviço público de qualidade, é um cargo político. Por isso, em
alguns casos, a chefia não tem sequer hierarquia sobre ele”, criticou.
“Há casos em que nem a formação da pessoa é compatível com a posição que
ela ocupa no órgão”, completou.
Segundo
a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento — que é chefiado
pela ministra Miriam Belchior —, “o aproveitamento dos cargos DAS é
feito de forma responsável e criteriosa, somente dentro do essencial
para o funcionamento da administração ou para estruturar áreas
prioritárias, como de educação, saúde, segurança e infraestrutura”. Além
disso, afirmou a pasta, por meio de nota, que a maior parte dos postos é
de cargos de confiança ocupados por servidores de carreira e apenas 5,9
mil são funcionários sem qualquer vínculo. O total de cargos DAS não
seria, segundo o ministério, significativo “em relação ao universo de
cargos do Poder Executivo”, de 586 mil servidores.
Cabide de emprego
O número de cargos comissionados de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) no governo federal bate recorde
Ano Total de funcionários
1997 17.607
1998 17.183
1999 16.306
2000 17.389
2001 17.995
2002 18.374
2003 17.559
2004 19.083
2005 19.925
2006 19.797
2007 20.187
2008 20.597
2009 21.217
2010 21.870
2011 22.103
2012 22.417
Onde eles estão
A maior parte deles ocupa cargos na Administração Direta
Lotação Quantidade
Administração Direta 15.839
Autarquias 4.041
Fundações 2.537
Rendimentos
A média salarial de um DAS é de R$ 13,4 mil*
Nível da Função Remuneração
DAS-1 R$ 10,5 mil
DAS-2 R$ 12,6 mil
DAS-3 R$ 13,9 mil
DAS-4 R$ 17,7 mil
DAS-5 R$ 20,5 mil
DAS-6 R$ 21,4 mil
*Considerando a remuneração do cargo e da funçãoFonte: Boletim Estatístico de Pessoal |
terça-feira, 25 de junho de 2013
Estado capturado por interesses partidários e a sociedade paga a conta
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