Comissão da Verdade quer mudanças nas PMs
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27 Jun 2013
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Roldão Arruda
A
Comissão Nacional da Verdade, em seu relatório final? vai recomendar ao
governo mudanças na estrutura das forças policiais militares dos
Estados, O objetivo é tomá-las menos militarizadas e mais adaptadas ao
regime democrático e ao exercício da cidadania,
O assunto
já vinha sendo analisado internamente pela comissão. Mas ganhou
destaque nos últimos dias, com os relatos de violência cometidos por
policiais militares contra manifestantes que foram às ruas em diferentes
partes do País.
"Esse
tema vai aparecer, certamente, no capítulo das recomendações finais da
comissão", disse ao Estado a coordenadora da comissão, a advogada Rosa
Maria Cardoso da Cunha. Segundo ela, a adaptação de forças policiais e
militares tem sido um tema constante nos debates sobre a transição de
regimes autoritários para a democracia. "Outras comissões já se
pronunciaram sobre democratização das forças armadas e das polícias."
De
acordo com a coordenadora, o Brasil debate a questão desde o fim da
ditadura militar, há quase três décadas, mas não registra avanços
importantes na prática. "O debate é bom, mas as propostas não conseguem
ser implementadas", disse ela. "Os governos, em algum momento, cedem à
tentação autoritária, É mais fácil mandar baixar o pau."
Entre
os Estados que já tentaram conduzir mudanças, ela lembrou o Rio de
Janeiro e São Paulo. "Toda essa discussão sobre modernização das
polícias começou no inicio da década de 1990, no Rio, quando a
Secretaria de Justiça era chefiada por Nilo Batista, no governo de
Leonel Brizola??, disse. "Preocupado com a formação de uma polícia
cidadã, ele pôs vários cursos j à disposição dos policiais na f
Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em São Paulo, segundo
suas informações, a iniciativa mais importante ocorreu no governo de
Mário Covas (1995-2000) e foi conduzida pelo então titular da Secretaria
de Justiça e Cidadania, Belisário dos Santos i Júnior. O governo
federal também deu alguns passos nessa direção, segundo Rosa Maria.
Ao
falar sobre o assunto, ela usa frequentemente expressões como
modernização, educação, civilização e democratização das policias
militares dos Estados, Sem essas mudanças, acredita, o País vai caminhar
para um impasse, no qual os policiais militares tendem a parecer cada
vez mais inadequados e despreparados frente a manifestações
democráticas.
"Até
aqui o direito de manifestação ainda se mostra como um direito
superior. Os governantes estão fazendo críticas ao comportamento
autoritário, hostil e até letal da polícia", disse. "Mas é importante
que isso seja mantido em situações mais extremas."
O
primeiro passo para a democratização das polícias militares e das
Forças Armadas, segundo a advogada, é a modernização dos currículos das
escolas de formação. Outra iniciativa seria ampliar o acesso dos
policias a universidades públicas.
Condenação»
No Rio, a Comissão Estadual da Verdade divulgou ontem nota em que
condena a atuação da Polícia Militar durante as manifestações ocorridas
na cidade. "A PM não fez um trabalho preventivo para proteger possíveis
alvos de vandalismo, como a Alerj e a Prefeitura, e, depois que os
ataques ocorreram ela passou a prender e atacar com violência, dè forma
indiscriminada, quem estava nas ruas, independentemente de as vítimas de
sua violência terem ou : não participado de depredações" disse a nota.
"É preciso ; mudar esse comportamento, inadmissível num regime demo;
crático. É também inaceitável que os presos nas manifestações sejam
acusados de formacão de quadrilha recurso que nem a ditadura militar
usou. O direito de manifestação política de forma pacífica é assegurado
na Constituição e cabe as autoridades respeitá-lo."
O
texto, assinado pelo advogado Wadíh Damous, presidente da comissão,
também criticou a atuação da polícia no Complexo da Maré, na
terça-feira, em que nove pessoas morreram.
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quinta-feira, 27 de junho de 2013
Desmilitarizar significa separar completamente a PM do Exército. Quem se habilita?
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