domingo, 9 de junho de 2013

samba do crioulo doido

Folha de S. Paulo, 9 de junho de 2013.

PSDB teme que Afif explore violência em SP
Vice, que se tornou ministro de Dilma, assumirá governo durante ausência de Alckmin
PAULO GAMA DE SÃO PAULO
 
A principal preocupação no Palácio dos Bandeirantes em relação ao período em que o ministro e vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) assumirá a chefia do Executivo paulista é com a possibilidade de ele promover compromissos públicos ligados à área da segurança, tema sensível à administração Geraldo Alckmin (PSDB).
O tucano embarca hoje à noite para a França para representar a candidatura da capital paulista a cidade-sede da Expo 2020. Amparado por um parecer da Advocacia-Geral da União, Afif comandará o Estado em sua ausência até a próxima quarta.
Na noite de sexta-feira, o "Diário Oficial da União" publicou uma exoneração "a pedido" de Afif do cargo de ministro. A saída é temporária, só para ele assumir o governo estadual durante a semana.
Como o PSD se aproxima do governo petista no plano federal e tem investido em críticas à violência em São Paulo, tucanos próximos a Alckmin têm receio de que Afif concentre na segurança pública suas ações durante o período que ficará no cargo.
O tema incomoda Alckmin. Pesquisas internas do governo, como mostrou a coluna "Painel", da Folha, registram queda na avaliação do governo na área, em decorrência de recentes casos de latrocínios e arrastões em regiões centrais e bairros nobres.
O ex-prefeito Gilberto Kassab, que preside o PSD, conversa sobre alianças para 2014 com o PT, mas também já disse que pode ser candidato à sucessão de Alckmin --e tem usado a segurança pública como bandeira.
O tema vem sendo explorado pelo PSD. Kassab afirmou em recente seminário da sigla sobre o tema que há um "estado de insegurança" em São Paulo. O ex-governador Cláudio Lembo também criticou que o PSDB se preocupe com o acúmulo de cargos de Afif enquanto "estamos sendo mortos nas ruas".
O próprio Afif disse que o Estado vivia uma "epidemia de insegurança" depois de familiares serem vítimas de assalto na capital paulista.
Eleito vice de Alckmin pelo DEM em 2010, ele começou a se distanciar do tucano quando migrou para o PSD em 2011, aproximando-se do governo federal. A mudança lhe custou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Com sua nomeação para o ministério de Dilma Rousseff, o mal-estar se intensificou.

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