PSDB teme que Afif explore violência em SP
Vice, que se tornou ministro de Dilma, assumirá governo durante ausência de Alckmin
PAULO GAMA
DE SÃO PAULOA principal preocupação no Palácio dos Bandeirantes em relação ao período em que o ministro e vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) assumirá a chefia do Executivo paulista é com a possibilidade de ele promover compromissos públicos ligados à área da segurança, tema sensível à administração Geraldo Alckmin (PSDB).
O tucano embarca hoje à noite para a França para representar a candidatura da capital paulista a cidade-sede da Expo 2020. Amparado por um parecer da Advocacia-Geral da União, Afif comandará o Estado em sua ausência até a próxima quarta.
Na noite de sexta-feira, o "Diário Oficial da União" publicou uma exoneração "a pedido" de Afif do cargo de ministro. A saída é temporária, só para ele assumir o governo estadual durante a semana.
Como o PSD se aproxima do governo petista no plano federal e tem investido em críticas à violência em São Paulo, tucanos próximos a Alckmin têm receio de que Afif concentre na segurança pública suas ações durante o período que ficará no cargo.
O tema incomoda Alckmin. Pesquisas internas do governo, como mostrou a coluna "Painel", da Folha, registram queda na avaliação do governo na área, em decorrência de recentes casos de latrocínios e arrastões em regiões centrais e bairros nobres.
O ex-prefeito Gilberto Kassab, que preside o PSD, conversa sobre alianças para 2014 com o PT, mas também já disse que pode ser candidato à sucessão de Alckmin --e tem usado a segurança pública como bandeira.
O tema vem sendo explorado pelo PSD. Kassab afirmou em recente seminário da sigla sobre o tema que há um "estado de insegurança" em São Paulo. O ex-governador Cláudio Lembo também criticou que o PSDB se preocupe com o acúmulo de cargos de Afif enquanto "estamos sendo mortos nas ruas".
O próprio Afif disse que o Estado vivia uma "epidemia de insegurança" depois de familiares serem vítimas de assalto na capital paulista.
Eleito vice de Alckmin pelo DEM em 2010, ele começou a se distanciar do tucano quando migrou para o PSD em 2011, aproximando-se do governo federal. A mudança lhe custou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Com sua nomeação para o ministério de Dilma Rousseff, o mal-estar se intensificou.
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