Exército assume segurança interna da missa do papa em Guaratiba
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11 Jul 2013
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ReligiãoA um mês da Jornada Mundial da Juventude, a tarefa, que caberia a uma empresa de segurança privada, foi transferida para o orçamento do Ministério da DefesaCecília Ritto, do Rio de Janeiro
O
Exército Brasileiro vai assumir, com cerca de 3.000 homens, o
policiamento da vigília e da missa final comandada pelo papa Francisco
em Guaratiba, nos dias 27 e 28 deste mês. A decisão foi tomada diante da
falta de apresentação, pela empresa Dream Factory (contratada pela
arquidiocese), de empresas de segurança privada para cuidar da proteção
dos fiéis, como havia sido acordado com o Exército. As Forças Armadas
vão atuar com um contingente de 10.200 militares na Jornada Mundial da Juventude,
do qual 7.000 trabalharão em Guaratiba – a maior parte do lado de fora
da fazenda, vigiando os acessos e o percurso de 13 quilômetros dos
peregrinos até o local da missa. “A cúria estava com dificuldade de
contratar, e nós achamos que os nossos soldados cumprirão melhor essa
missão. Eles atuarão fardados, dentro do campus”, explicou o general
José Alberto da Costa Abreu, comandante da 1ª Divisão do Exército e
coordenador de defesa de área da JMJ. A exceção será um grupo de cerca
de 500 militares de terno, na área do altar, onde estará Francisco.
A
transferência da segurança interna para o Exército é mais uma
competência dos organizadores do evento que, na última hora, migra para
os cofres públicos - mais um indício de problemas no orçamento do
evento. O custeio da operação de segurança do Exército será feito pelo
Ministério da Defesa. Como mostrou o site de VEJA, o Ministério Público
do Estado do Rio entrou com ação civil pública para impedir que a
prefeitura do Rio assuma os gastos de 7,8 milhões de reais com o
planejamento de saúde da jornada. A licitação, afirmam os promotores,
tinha fortes indícios de crime e de tentativa de burlar o processo legal
para contratação de empresas por entes públicos.
A
contratação de empresas de segurança privada para a área interna do
Campus Fidei era uma exigência do Exército. O Comitê Organizador Local
(COL) da JMJ, composto por bispos e padres, resistia a essa despesa,
alegando que, por reunir um "público pacífico", a vigília em Guaratiba
não precisaria de proteção adicional. O Exército, na primeira semana de
maio, usou a prerrogativa de ser o responsável pela coordenação da
segurança e exigiu a contratação de agentes particulares para patrulhar a
área interna do Campus Fidei.
Há
cerca de duas semanas, no entanto, sem que a empresa fosse contratada, o
Exército assumiu a tarefa. Com o temor de não haver tempo para
selecionar o corpo de seguranças - com providências como treinamento,
levantamento de fichas criminais dos participantes -, os militares
preferiram realizar o trabalho com efetivo e recursos próprios. “Havia
uma dificuldade de contratar segurança privada com 1.000 postos de
trabalho, o que equivale a 2.000 pessoas, por causa do esquema de
plantão. A outra dificuldade era referente à qualificação desse
pessoal”, afirmou o general Abreu.
O
Exército atuará dentro do Campus Fidei com 800 homens da 4ª Brigada de
Infantaria Leve (Montanha). Eles serão deslocados dos contingentes de
Juiz de Fora e de Petrópolis. Também estarão na parte interna 1.300
policias da Força Nacional de Segurança, além dos 500 homens do Exército
que estarão na área do altar, encarregados da segurança das
autoridades, do clero e do papa.
Além
da cessão de pessoal, o Exército também terá que arcar com despesas
para equipar o Campus Fidei. Como não há garantias de que o terreno Mato
Alto (que, junto com a fazenda Vila Mar, compõe o Campus Fidei)
suportará o peso dos helicópteros, as Forças Armadas utilizarão uma
técnica de guerra para dar suporte ao pouso e decolagem de três
helicópteros no local. Uma das aeronaves será a do papa, as outras duas
deverão aterrissar para deixar autoridades e convidados VIPs. A
preparação do terreno é responsabilidade da Igreja.
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quinta-feira, 11 de julho de 2013
Militarização da segurança papal
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