quarta-feira, 3 de julho de 2013

Pressão militar começa a surtir efeito



[As FFAA não deram um ultimato à Dilma, mas a pressão é grande e a Presidente cita pela primeira vez em seu governo a expressão "ordem e progresso]


Dilma cita "ordem e progresso" ao criticar paralisações de caminhoneiros

 

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
11h56 > Atualizada 03/07/201312h42
Em discurso no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (3), a presidente Dilma Rousseff criticou as paralisações de caminhoneiros que têm bloqueado estradas pelo país há três dias.
"Vou usar até uma expressão da nossa bandeira, em que está escrito 'Ordem e progresso'. Estou falando de progresso, que é a construção da infraestrutura, mas queria falar da ordem. (....) Ordem significa democracia, mais respeito", acrescentou.

Dilma defende "ordem e progresso" contra bloqueios de estradas

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Dilma disse ainda que o governo não irá negociar com manifestantes que fecham estradas pelo país. "Não tenham dúvidas, o governo não negocia isso, não concordamos com processos que levem a qualquer turbulência nas atividades produtivas e na vida das pessoas. Uma coisa são manifestações pacíficas, que muito engrandecem o país, outra coisa completamente diferente é acreditar que o país possa viver sem normalidade e estabilidade."
Ontem, o ministro dos Transportes, César Borges, disse que o Brasil não "pode viver uma situação de paralisação nas rodovias". Borges disse ainda que o Brasil não pode assistir "passivamente" às manifestações.

"Ordem e progresso"


Lema da bandeira brasileira tem origem na corrente filosófica do positivismo; entenda
Dilma afirmou ainda que o governo não silenciará sobre o bloqueio de rodovias. "É fundamental no país que estradas não sejam interrompidas e meu governo não ficará quieto perante o processo de interrupção de rodovias", disse em evento no Palácio do Planalto. Na cerimônia, foi anunciada a autorização para a instalação de 50 portos privados no país.
Este foi o primeiro anúncio público de pedidos de autorização feitos por empresas para a construção de portos privados no país após a entrada em vigor da nova Lei dos Portos.

O que pedem os caminhoneiros

O Movimento União Brasil Caminhoneiro pede subsídio ao preço do óleo diesel e isenção do pagamento de pedágio pela categoria em todas rodovias do país. Também reivindica a criação de uma secretaria do transporte rodoviário de cargas, subordinada diretamente à Presidência da República, e aprovação de um projeto de lei -- em tramitação no Congresso -- que aprimora a Lei do Motorista.
No total, o governo recebeu 127 pedidos, mas apenas 50 atenderam os requisitos necessários e poderão ser instalados, num investimento de R$ 11 bilhões. O objetivo é aumentar a capacidade portuária e elevar a concorrência.
"Eu acredito que ele [o anúncio] tem um papel muito importante. Serão 11 bilhões de reais de investimento e, ao mesmo tempo, movimentarão 105 toneladas a mais no sistema portuário brasileiro", disse Dilma, destacando a importância da necessidade de medidas urgentes para o setor. "É o primeiro passo, com uma característica positiva, porque foi célebre e rápido." Ela reconheceu, porém, que ainda há uma "longa caminhada pela frente".
No evento, também estavam presentes o vice-presidente da República, Michel Temer, e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, além de outras autoridades.
Nesta quarta-feira, ao menos 12 rodovias em seis Estados continuam interditadas no terceiro dia de paralisação. Os bloqueios ocorrem na Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os motoristas permitem a passagem apenas de ônibus e carros. Todos os caminhões são obrigados a parar.

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