Infiltrados oficiais
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26 Jul 2013
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DESORDEM NAS RUASPMs à paisana dão lugar a fardados para vigiar e revistar manifestantes em ato no LeblonFabíola Gerbase, Letícia Fernandes, Natanael Damasceno e Renata Leite
Depois
de ter causado polêmica com o uso de policiais infiltrados nos
protestos pela cidade, a Polícia Militar decidiu oficializar a
estratégia. Na manifestação realizada ontem perto da casa do governador
Sérgio Cabral, na esquina da orla com a Rua Aristides Espínola, no
Leblon, um grupo de cem policiais circulava entre os participantes do
ato fazendo revistas, especialmente de quem estivesse com mochila, em
busca de supostos artefatos. Mas, desta vez, os PMs estavam fardados. Os
manifestantes responderam com vigilância - cada revista era acompanhada
de perto com o registro feito por vídeos e fotos - e reclamaram da
falta de identificação nos coletes usados pelos policiais. Divididos em
cinco grupos de 20 homens, os PMs traziam nos coletes apenas uma letra
(de A a E para cada grupo) e um número (de 1 a 20). Segundo o
tenente-coronel Mauro Andrade, que comandava a abordagem, não houve
tempo para preparar a identificação dos coletes.
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O objetivo é patrulhar dentro das manifestações para ser seletivo.
Quando o Batalhão de Choque atua, não consegue fazer essa separação.
Estamos tentando nos adaptar. A corporação fez um estudo de caso e
observou uma lacuna no controle da multidão - disse o tenente-coronel.
Andrade
informou ainda que, em caso de problema com algum PM, é possível
procurar a Corregedoria da Polícia Militar e informar a letra e o número
da identificação, suficientes para se chegar ao nome do policial. O
vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Ronaldo
Cramer, no entanto, afirma que a falta de identificação viola a
Constituição do estado:
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Ainda não fui informado sobre isso pelos representantes da OAB que
foram ao protesto, mas, se estiver acontecendo, claro que é uma
violação, especificamente do artigo 191. Ele exige que o policial, ao
abordar um cidadão, se identifique com nome, cargo, posto e local onde
está lotado.
Um dos PMs que atuava entre os manifestantes repudiou a truculência policial:
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Eu sou usuário do serviço que presto. Essa nova estratégia é para
diminuir a truculência policial, que realmente está inadmissível.
Perto
da casa de Cabral, os manifestantes pediram a desmilitarização da
polícia e a saída do governador. Foram recolhidos donativos para a
família do pedreiro Amarildo Dias de Souza, morador da Rocinha
desaparecido desde 14 de julho após ser levado para a Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP). Ele foi lembrado novamente no ato que os
manifestantes fizeram em frente à Toulon, depredada no dia 17 de julho.
Um manifestante caracterizado como padre encenou uma missa em homenagem
aos manequins da loja e lamentou que a depredação tenha tido mais
repercussão do que o sumiço de Amarildo. De lá, os manifestantes
seguiram para Copacabana pela Avenida General San Martin e pela Rua
Prudente de Morais, no sentido oposto ao do trânsito, causando muita
retenção. Foi preciso fechar vias e fazer o desvio do tráfego.
Até
Copacabana, não houve confronto. No trajeto, o ato ganhou adeptos e
reuniu mais de 500 pessoas. Um homem com uma faca foi detido.
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sexta-feira, 26 de julho de 2013
Infiltrados oficiais--um oxímaro
[Qual é o problema destes PMs irem fardados e identificados? É uma ótima maneira de proteger os que querem se manifestar ordeiramente, em vez de usar somente o Batalhão de Choque. Para que letra e número? Quem controla esta lista?]
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