sexta-feira, 3 de maio de 2013

The Economist: "Roubo ao contribuinte"



http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/05/03/mordomo-que-serve-renan-em-residencia-oficial-ganha-mais-de-r-18-mil-segundo-jornal.htm

Mordomo que serve Renan em residência oficial ganha mais de R$ 18 mil, segundo jornal

Reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta sexta-feira (3) revelou que um mordomo que serve a residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu no mês de março o salário bruto de R$ 18,2 mil –destes, R$ 2.700 apenas em horas extras.
De acordo com a reportagem, o funcionário é Francisco Joarez Cordeiro Gomes, nomeado por meio de ato secreto juntamente com os garçons Francisco Hermínio de Andrade e Djalma da Silva Lima. Ambos receberam em março, respectivamente, os valores brutos de R$ 10,7 mil e R$ 11,6 mil por serviços de oferta de café, água e refeições na residência oficial de Renan.
Já no gabinete da Presidência, segundo o jornal, o senador alagoano tem outros dois garçons lotados entre servidores terceirizados. Cada um deles recebeu, em março, a remuneração bruta de R$ 8.200.

Carrinho de compras: veja como o dinheiro público é gasto
Depois da polêmica compra de 12 carros importados (Ford, modelo Edge) ao custo de R$ 1,76 milhão, a Secretária de Administração da Presidência da República comprou mais carros. A Pasta empenhou R$ 593,4 mil para a compra de 13 novos automóveis. Os carros são da marca Focus Sedan. Quem também entrou na onda automobilística foi o Supremo Tribunal Federal (STF), que desembolsou R$ 68,8 mil para contratar empresa para prestação de serviços de veículos blindados de representação Leia mais Getty Images
Sete garçons têm supersalários
Em outra reportagem de "O Globo", semana passada, foi revelado que os garçons que servem os parlamentares do plenário e na área contígua do Senado recebem salário entre R$ 7.300 e R$ 14,6 mil, remuneração até 20 vezes maior que o piso da categoria na capital federal.
Segundo o texto da publicação, um grupo de sete garçons servem os senadores, sendo que três atuam só no plenário e quatro ficam no cafezinho aos fundos, para atender parlamentares, assessores e jornalistas. "O serviço é bem tranquilo", disse um deles.
Além disso, foi revelado que todos foram nomeados assistentes parlamentares de uma só vez, em um ato secreto em 2001, feito por Agaciel Maia, diretor-geral do Senado na época, hoje deputado distrital.
Nestes 12 anos, os garçons foram promovidos a cargos superiores a esse, o que levou ao aumento de salário. "O Globo" aponta que, em março passado, o maior salário pago foi a José Antonio Paiva Torres, o Zezinho, que teria recebido remuneração bruta de R$ 14,6 mil - R$ 5.200 somente em horas extras.
Em entrevista ao UOL, o sindicato da categoria condenou o privilégio e defendeu concurso para a vaga.
Supersalários
Uma reportagem publicada no ano passado na revista britânica "Economist" afirmava que altos salários pagos a parte dos funcionários públicos do Brasil são um "roubo ao contribuinte". Na epoca, os dados sobre a remuneração dos servidores haviam sido revelados por meio da Lei de Acesso à Informação.

"A presidente Dilma Rousseff está usando a lei, originalmente criada para ajudar a desvendar atrocidades cometidas pelo regime militar, para expor os gordos salários de políticos e burocratas", disse a revista.

A "Economist" cita como exemplo de abuso o fato de mais de 350 funcionários da prefeitura de São Paulo ganharem mais que o presidente da Câmara, cujo salário líquido é de R$ 7.223.

A publicação compara o salário de uma enfermeira-chefe da prefeitura do município, de R$ 18,3 mil, com a média salarial da iniciativa privada, e conclui que o salário da servidora é 12 vezes mais alto que o pago pelo mercado.

A reportagem lembra ainda que, por lei, nenhum funcionário público pode ganhar mais que R$ 26,7 mil - a remuneração dos juízes de instâncias federais superiores.
Porém, um terço dos ministros e mais de 4.000 servidores federais teriam rendimentos superiores a esse teto. Incluindo o presidente do Senado, José Sarney, cujo salário chegaria a R$ 62 mil, devido a um acúmulo de pensões.

A revista também classifica como um "roubo ao contribuinte" o fato de membros do Congresso receberem 15 salários por ano, enquanto a maioria dos brasileiros recebe 13.

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