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Policiais são presos por cobrar propina de feirantes
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01 Mai 2013
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Quadrilha de Bangu e Honório Gurgel tinha 56 agentes públicosFernando Quevedo
A
Secretaria de Segurança Pública e a Corregedoria da Polícia Militar
prenderam ontem 72 pessoas acusadas de cobrar propina de comerciantes,
camelôs e mototaxistas em Bangu e Honório Gurgel. Entre os presos da
Operação Compadre estão 50 policiais militares, seis policiais civis, o
administrador da 34ª DP (Bangu) e 14 cúmplices. A quadrilha vinha sendo
investigada desde abril do ano passado. Sete pessoas seguem foragidas da
Justiça. Os policiais presos tiveram as carteiras, distintivos e armas
apreendidas.
O
secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que os
policiais envolvidos nas irregularidades deverão ser expulsos das suas
corporações:
-
Não vejo outra resposta a não ser a demissão de todas essas pessoas. As
acusações são graves e a composição da prova é de qualidade.
Durante
as investigações foi constatado o envolvimento de policiais na cobrança
de propina de comerciantes que trabalhavam em três feiras dos dois
bairros, além dos pontos de mototáxis da região sob responsabilidade do
14º BPM (Bangu). Os mandados de prisão expedidos contra policiais civis
foram cumpridos por agentes da Corregedoria da Polícia Civil (Coinpol).
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É um trabalho de contrainteligência, no qual se investiga policiais.
Por isso se torna um trabalho mais difícil, considerando que muitas
vezes os métodos são conhecidos pelos próprios policiais - disse
Beltrame. - A corrupção policial é um problema sério e crucial que temos
no Brasil. Agentes públicos que têm que defender a população se
locupletam da condição de servidores públicos para auferir ganhos
indevidos.
As
investigações começaram após denúncia de cobrança de quantias em
dinheiro de comerciantes e camelôs nas feiras. Feirantes e comerciantes
eram obrigados a pagar à quadrilha para não serem incomodados. Os
comerciantes que trabalhavam com mercadorias pirateadas (DVDs, aparelhos
eletrônicos, telefones celulares, roupas e relógios usados) eram
coagidos a pagar R$ 70, divididos em duas parcelas de R$ 35 cobradas
todas as quartas e quintas-feiras. Já dos vendedores de mercadorias
lícitas era cobrada a quantia de R$ 5, sempre às sextas e sábados.
PROPINA NO CARRO
Em
flagrantes feitos pelas equipes de Inteligência da Secretaria de
Segurança foi detectado ainda que um homem, que se passava por policial
civil, e policiais militares repartiam o dinheiro recolhido com duas
viaturas. O esquema de corrupção envolvia policiais do 14º BPM (Bangu),
9º BPM (Rocha Miranda) da 34ª DP (Bangu) e da Delegacia de Repressão aos
Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Com o passar do tempo,
os policiais foram transferidos de unidade. Atualmente, os PMs
envolvidos na quadrilha pertencem ao 20º BPM (Mesquita) , 6º BPM
(Tijuca), 4º BPM (São Cristóvão), 41º BPM (Irajá), 15º BPM (Caxias), do
Centro de Formação de Praças (Cefap), além do 14º e do 9º BPM. Os
denunciados são acusados dos crimes de formação de quadrilha, concussão
(extorsão praticada por funcionário público) e roubo.
Durante
a apuração da denúncia, mototaxistas revelaram não possuir carteira
nacional de habilitação e não trafegar de acordo com as leis de
trânsito. Muitos faziam ainda o transporte de drogas para usuários. Com a
propina paga aos policiais, as irregularidades não eram coibidas. Desde
2008, ações investigativas das corregedorias das polícias Civil e
Militar já resultaram na exclusão de 1.400 policiais civis e militares
envolvidos em crimes.
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Todas as instituições que cresceram e modificaram foram por meio de
exclusões e punições. Nós estamos fazendo esse papel. Mostramos à
sociedade que ela pode confiar no nosso trabalho. Várias denúncias estão
sendo apuradas. Isso é o mais gratificante. A sociedade acredita que
hoje a PM está fazendo o trabalho correcional forte para limpar a
instituição - disse o coronel Erir Costa Filho, comandante-geral da PM.
Em
julho do ano passado, três sargentos e um cabo do 14º BPM tiveram as
prisões decretadas pelo juiz Jorge Luiz Le Cocq, da 2ª Vara Criminal.
Ricardo Caminha Freire, Diomedio Rocha Bezerra, Anderson Fernandes
Fonseca e Wellington Oliveira de Souza são acusados de homicídio
qualificado e ocultação de cadáver. Em dezembro de 2006, 75 policiais
militares foram presos na Operação Tingui. Os policiais formavam grupos
distintos e praticavam extorsão, sequestro e repasse de armas e drogas.
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