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12/09/13 - O PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR
DIZE-ME COM QUEM ANDAS...
Gen Div Clovis Purper Bandeira
Na crista da mais recente onda diversionista orquestrada pelo governo
petista, com a finalidade de desviar a atenção dos cidadãos dos graves
problemas que vive a nação, acenando com um inimigo externo que ameaça
nossa soberania – no caso, os EUA e sua NSA – a cada dia temos na
imprensa “equivocada” mais uma pílula sobre o vazamento de informações e
a procura de conhecimentos sobre nossa vida política e econômica por
parte dos “gringos”.
O fato de só ter aparecido, até agora, a Petrobrás como alvo
econômico da bisbilhotice eletrônica apenas demonstra que poucas
empresas brasileiras atingem um nível de importância que cause real
atenção mundial por seus assuntos. Ou que há mais matéria guardada, a
ser divulgada a conta-gotas, para fazer a crise durar bastante.
Enquanto isso, arrefecem os protestos quanto aos problemas que
realmente afetam a vida dos brasileiros, motores das manifestações
espontâneas de junho – nada a ver com as arruaças atuais montadas pela
extrema esquerda, pelos anarquistas classe média Black Holes e por
marginais comuns – em que se exigiam melhor transporte, saúde, educação,
gestão pública e honestidade.
O governo se diz surpreso e indignado pela busca de
informes por parte dos americanos que, como potência que são, procuram
todo tipo de informação que lhes possa ser útil. Assim, aliás, procede
qualquer país, dentro dos limites de seu poder nacional.
O governo brasileiro não sabia disso? De onde vinham as
informações a respeito do tráfico de drogas e armas que abasteciam nossa
Polícia Federal? E as outras informações trocadas no interior da
comunidade de inteligência americana, da qual o Brasil participa e se
beneficia? Não, o mundo da inteligência não começou hoje, sempre existiu
e sempre existirá. É claro que nossos governantes tinham conhecimento
da existência de um grande e poderoso esquema de coleta de dados sobre
todos, apoiado por tecnologia de ponta, em favor das grandes potências.
Só o governo brasileiro não sabia que a NSA é o maior
centro mundial de SIGINT, isto é, inteligência obtida a partir de
sinais, incluindo interceptação e criptoanálise? Também é o principal
órgão estadunidense dedicado a proteger informações sujeitas a SIGINT,
sendo, dessa forma, o maior núcleo mundial de conhecimento em
criptologia. Foi criada no início da Guerra Fria, em 1952, e foi se
adaptando às mudanças do mundo.
Sim, meus compatriotas: após a 2ª Guerra Mundial, houve uma
Guerra Fria, que opôs democratas e comunistas e que só acabou com o
desaparecimento da URSS.
Novamente sim, meus amigos: o comunismo acabou em todo mundo, menos
em Cuba, Coreia do Norte e alguns países sul-americanos, dentre os quais
desponta o Brasil. Quase cem anos depois da falecida e fracassada
Revolução Comunista na Rússia, estamos criando nossos sovietes,
mencheviques e bolcheviques, para reinventar o que não deu certo no
mundo inteiro e reescrever a história. Parece que estamos fadados a
andar sempre em círculos, incapazes de romper tal inércia e mover-nos
para frente.
Numa das imagens apresentadas nos jornais e na TV, principalmente na
mídia “equivocada”, como alvos da espionagem americana, aparecem o
Brasil e mais alguns países vacilantes, sob o título: países amigos,
neutros ou inimigos.
Novo arrepio de indignação: como podemos ser considerados inimigos? Nós, que sempre fomos tão democratas?
Observem o rumo de nossa política interna, sob um governo
paquidérmico, incapaz e corrupto, cada vez interferindo mais no livre
arbítrio e nas demais liberdades individuais do povo, aparelhando os
órgãos do estado com companheiros e sindicalistas despreparados,
controlando as atividades empresariais por meio de empréstimos generosos
aos escolhidos e pela crescente carga tributária e ingerência no
mercado de trabalho já engessado, apoiado por ONGs e “movimentos
sociais” espúrios e, muitas vezes, criminosos. Isso é ser democrata?
Vejam como a política externa dúbia dos nossos últimos governos causa
dúvidas sobre o real alinhamento internacional brasileiro, já admitindo
que possa vir a ser inimigo do país que simboliza a democracia e o
liberalismo em seu grau máximo.
Por quê?
Ora, basta ver os votos brasileiros nos foros internacionais, sempre
contrários à posição defendida pelos EUA e aliados, mesmo em prejuízo de
nossos reais interesses, desde que marquem a ideia de
antiamericanismo.
Quem têm sido os amigos de fé, irmãos e camaradas do Brasil nos
últimos anos? Os irmãos Castro, Cristina Kirchner, Nicolas Maduro –
herdeiro bolivariano de Hugo Chávez – Evo Morales, Mahmud Amajinehad,
Muammar al-Kadafi, o insano e divino imperador norte-coreano Kim
Jong-um, além de uma plêiade de ditadores africanos cujas dívidas para
conosco foram perdoadas... Isso é ser democrata?
Se os caros leitores tivessem um amigo assim, também não se precaveriam, colecionando dados de inteligência sobre ele?
Percebem em que barco, em que águas e em que companhia estamos navegando?
Não há, portanto, motivo algum para surpresa.
Dize-me com quem andas e te direi quem és, ensina o velho ditado.
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