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Em 15 anos, 130 mil
homicídios deixaram de ser contabilizados no Brasil, diz levantamento
05/08/201302h19
Um
levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que mais
de 100 mil homicídios deixaram de ser contabilizados nos últimos 15 anos no
Brasil.
De 1996 a
2010, cerca de 130 mil homicídios não entraram nas estatísticas de mortes
violentas do Brasil, o que representa 8,6 mil homicídios não registrados por
ano.
A
descoberta foi feita pelo pesquisador do instituto Daniel Cerqueira que
analisou os dados de mortes por causas indeterminadas do Datasus, Banco de
dados do Sistema Único de Saúde, criado pelo Ministério da Saúde. A pesquisa
foi divulgada no programa "Fantástico" (Rede Globo) na noite deste
domingo (4).
Segundo
Cerqueira, nos últimos 15 anos, 175 mil pessoas foram mortas de forma violenta
por causas indeterminadas no Brasil, entre as quais o Estado não sabe explicar
a causa da morte.
Após a
pesquisa, descobriu-se que 74% das mortes indeterminadas se tratavam de homicídios.
Desta forma, concluiu-se que a taxa de homicídios no Brasil é 18,65% maior do
que se diz hoje.
Para o
pesquisador, a falta de comunicação entra a polícia e as secretarias municipais
de saúde que notificam os casos de morte é uma das causas que levam ao deficit
estatístico.
A
secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, afirmou ao programa que
os dados do Ministério da Saúde são "excelentes para desenvolver política
para a saúde", mas "tardios e às vezes equivocados" para a
segurança pública. Ela também diz que o governo federal planeja implantar um
sistema de informação mais confiável.
Em nota
ao "Fantástico", o Ministério da Saúde disse que está melhorando o
sistema de coleta e análise destes dados e informou que o número de mortes sem
causa determinada caiu de 10 a 7% entre 2011 e 2012.
Rio lidera ranking de assassinatos não
contabilizados
Sete
Estados lideram o ranking de homicídios não contabilizados, segundo o
levantamento, que calculou a média de assassinatos entre 2007 e 2010 para cada
100 mil habitantes.
Os
Estados são, na ordem: Rio de Janeiro, com taxa de 16,2, Bahia (10,9), Rio
Grande do Norte (7,7), Pernambuco (5), Roraima (4,2), Minas Gerais e São Paulo
(ambos com 4,1), ainda conforme a pesquisa.
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