Censura ainda é ameaça ao jornalismo no Brasil | | |
Casos como o da decisão judicial contra o ‘Estado’ revelam persistência de obstáculos para o livre exercício da divulgação de informações no País Gabriel Manzano, de O Estado de S. Paulo O caso da censura imposta ao Estado pelo Judiciário "é emblemático de como é difícil, atualmente, fazer jornalismo investigativo no País". E isso "é uma pena", porque o Brasil vive "um cenário de amplas liberdades como há muito não se via". A avaliação é do diretor de Desenvolvimento Editorial do Estado, Roberto Gazzi, que participou nesta terça-feira, 3, do Fórum Democracia e Liberdade, promovido pelo Instituto Millenium em São Paulo para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A afirmação foi dada durante debate sobre Jornalismo Investigativo e Democracia, em mesa na qual estavam o jornalista Eugênio Bucci e Cláudio Weber Abramo, da ONG Transparência Brasil. Em discussão, os desafios que enfrentam os jornais, tendo de custear a busca de informação e enfrentar pressões de setores contrários às investigações. Abramo e Bucci fizeram depoimentos pouco otimistas. O primeiro destacou que "cerca de 80%" dos 820 jornais diários brasileiros são de cidades pequenas e dependem de dinheiro público. "Essa imprensa está nas mãos dos caciques em cada região", citando como exemplos "Sarney, Collor, Jader Barbalho, Alves ou Maia, Tasso". Bucci citou a morte de Osama Bin Laden para questionar a transparência das informações: "Como saber em que condições aquilo realmente ocorreu?". E cobrou transparência das próprias empresas, principalmente a respeito de suas fontes de receita, já que, ressaltou, parte da publicidade é paga por estatais. "Como falar em jornalismo investigativo nessa condição?" |
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Censura no Brasil
O Estado de S. Paulo 4 de maio 2011
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