quinta-feira, 28 de março de 2013

Militares criticam Comissão da Verdade

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Militares criticam Comissão da Verdade e homenageiam golpe de 64

Manifesto de associações afirma que crimes de 'terroristas' não serão apurados

28 de março de 2013 | 15h 55

Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo
 
Associações formadas por integrantes das Forças Armadas divulgaram um manifesto que presta "homenagem" ao aniversário de 49 anos do golpe militar de 31 de março de 1964, quando o presidente João Goulart foi deposto.
Uma carta assinada pelos presidentes do Clube Militar, do Clube Naval e do Clube da Aeronáutica critica os trabalhos da Comissão da Verdade, e chama seus integrantes de "totalitários" e de "democratas arrivistas".
"Não venham, agora, os democratas arrivistas, arautos da mentira, pretender dar lições de democracia. Disfarçados de democratas, continuam a ser os totalitários de sempre. Ao arrepio do que consta da Lei que criou a chamada 'Comissão da Verdade', os titulares designados para compô-la, por meio de uma resolução administrativa interna, alteraram a Lei em questão limitando sua atividade à investigação apenas de atos praticados pelos Agentes do Estado, varrendo 'para debaixo do tapete' os  crimes hediondos praticados pelos militantes da sua própria ideologia", escreveram o general Renato Cesar Tibau da Costa, o vice-almitante Ricardo Antônio da Veiga Cabral e o tenente brigadeiro-do-ar Ivan Moacyr da Frota, todos da reserva.
O manifesto, publicado na página do Clube Militar do Rio, afirma que agentes da esquerda praticaram crimes contra militares e civis que estavam "no cumprimento do dever ou em situação de total inocência". Os autores do texto criticam a Comissão da Verdade por se debruçar apenas a violação de direitos humanos por agentes de Estado. O documento, no entanto, não faz referência a episódios de tortura ou outros crimes praticados por militares no período da ditadura (1964-1985).
"As minorias envolvidas na liderança da baderna que pretendiam instalar no Brasil tentaram se reorganizar e, com capital estrangeiro, treinamento no exterior e apoio de grupos nacionais que almejavam empalmar o poder para fins escusos,  iniciaram ações de terrorismo, com atentados à vida de inocentes que, por acaso ou por simples dever de ofício, estivessem no caminho dos atos delituosos que levaram a cabo", anotaram os militares.
Segundo os presidentes das instituições, a ação das Forças Armadas na "intervenção" de 1964 tinha o objetivo de proteger a nação e restabelecer a ordem, "colocada em risco por propostas contrárias à índole ou ao modo de vida do Brasileiro".
"O povo brasileiro, no início da década de 1960, em movimento crescente, apelou e levou as Forças Armadas Brasileiras à intervenção, em março de 1964, num governo que, minado por teorias marxistas-leninistas, instalava e incentivava a desordem administrativa, a quebra da hierarquia e disciplina no meio militar e a cizânia entre os Poderes da República", afirma o manifesto.
O texto afirma ainda que os governos militares beneficiaram o Brasil "em todos os setores: econômico, comunicações, transportes, social, político, além de outros".

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