Chacina mostra como é fácil comprar armas | ||
MASSACRE EM REALENGO Para sociólogo do Viva Rio, que se encontra hoje com o ministro da Justiça, 93% do armamento dos crimes são nacionais Fernanda Dutra Para planejar a próxima campanha nacional de desarmamento, o sociólogo Antônio Rangel, da ONG Viva Rio, se encontra hoje com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - que já tinha colocado o combate às armas como prioridade de sua pasta e, após a chacina em Realengo na última quinta-feira, anunciou a intenção de criar a campanha em resposta ao crime. Rangel diz que o massacre em Realengo desmente a ideia de que as armas chegam ao país ilegalmente pela fronteira. Os dois revólveres usados por Wellington Menezes de Oliveira, um de calibre 32 e outro de 38, são de fabricação nacional. - Das armas na ilegalidade, 93% são fabricadas no Brasil. A munição utilizada é, em 90% dos casos, fabricada pela Companhia Brasileira de Cartuchos. Isso mostra que o combate é mais fácil do que parece. Basta organizar um controle interno - afirma Rangel, citando dados de um relatório produzido pela CPI do Tráfico Ilícito de Armas. Outro fato que vem à tona com o massacre de Realengo é a facilidade com que se pode comprar armas no país. - Nós falamos dos Estados Unidos, onde qualquer adolescente compra armas porque a legislação é muito permissiva. No Brasil, a legislação é dura, mas não é aplicada. Você não vê armas expostas no camelô, mas, se pedir para um vendedor, ele arranja - diz o sociólogo. Rangel traz estatísticas para provar a importância do desarmamento: - Segundo a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos, 60% das armas apreendidas na ilegalidade foram roubadas de residências. Assim a arma legal se torna ilegal: as pessoas as compram para se defender e são roubadas. Só no cinema o mocinho consegue reagir - diz, trazendo outro dado alarmante. - Os crimes não acontecem só com armas ilegais. Nos Estados Unidos, 80% dos assassinatos em escolas foram cometidos com armas legais. |
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Sai do Brasil legalmente e volta, pelo Paraguai, ilegalmente
O Globo 11 abril 2011.
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