Exército decide dar
proteção a Joaquim Barbosa e cria zona de conflito com Dilma Rousseff
Temperatura
alta – Azedou a relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Exército
brasileiro. Sem que a presidente Dilma Rousseff fosse consultada, o Exército
destacou os melhores e mais preparados oficiais da inteligência para dar
proteção diuturna ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do
Mensalão do PT (Ação Penal 470).
Ao criar
o esquema que dá garantia de vida a Joaquim Barbosa, que tem ojeriza a esse
tipo de situação, o Exército, que se valeu de militares cedidos à Agência
Brasileira de Inteligência, acabou passando por cima da Presidência da
República, do Ministério da Justiça e da cúpula da Polícia Federal, que por
questões óbvias não foram consultados, mas a quem, por dever de ofício, caberia
a decisão.
Outros
dois ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffolli,
reconhecidamente ligados ao Partido dos Trabalhadores e a alguns dos seus mais
altos dirigentes, também contam com escolta, mas da Polícia Federal. O esquema
criado para o ministro-relator não se limite à proteção física, mas inclui
também monitoramento constante de ambientes e do sistema telefônico utilizado
pelo magistrado.
A
proteção ao ministro Joaquim Barbosa foi uma decisão tomada pelo alto comando
do Exército e pelo general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República. Esse episódio, que tem como palco a necessária
proteção a Joaquim Barbosa, deve aumentar a tensão entre Dilma e os militares,
que ganhou reforço extra com a criação da Comissão da Verdade, que investigará
apenas os crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura, deixando
de fora os protagonizados pelos terroristas que chegaram ao poder no vácuo de
um discurso fácil, repetitivo e mentiroso.
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