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12/01/2013
- 07h00
DHPP solucionou só 29,5%
dos crimes que investigou em 2012, em SP
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AFONSO
BENITES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O DHPP, o
departamento que investiga a maioria dos homicídios ocorridos na capital
paulista e em parte da região metropolitana, atingiu em 2012 um de seus piores
índices de esclarecimento de crimes desde 2001.
Análise: É comum acreditar que o policiamento é mais
decisivo no combate da violência
Com 250 casos por delegado, divisão policial de elite passará por mudança em SP
Com 250 casos por delegado, divisão policial de elite passará por mudança em SP
Apenas
29,5% dos delitos investigados pelo órgão (entre eles, homicídios, chacinas e
desaparecimentos) foram solucionados. Dos 4.627 crimes, 1.364 tiveram a investigação
concluída.
Os dados
constam de pesquisa feita pelo órgão a pedido do Ministério Público.
A Folha
obteve os dados entre 2001 e 2012. Nesse período, o ano com mais
esclarecimentos foi o de 2005, quando atingiu a marca 65% de solucionamento. De
lá para cá, a queda tem sido gradual, com exceção do ano de 2009.
A
Secretaria da Segurança Pública, porém, afirma que não houve menos
esclarecimentos, mas uma mudança no método de avaliação.
Entre os
casos que deixaram de ser solucionados estão 23 das 24 chacinas ocorridas no
ano passado na capital e na Grande São Paulo. O único caso que foi resolvido
não teve a participação do DHPP, mas da Corregedoria da Polícia Militar, que
prendeu seis PMs suspeitos de matarem três homens.
ANTIGO
EXEMPLO
Com 32
delegados e quase 400 policiais, o DHPP é o maior departamento especializado em
investigar homicídios do Brasil. Já chegou a ser considerado uma referência.
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"Essa
redução mostra que nos últimos anos a Polícia Civil foi muito desvalorizada.
Sem investimento nela, é óbvio que os esclarecimentos vão cair", afirmou a
socióloga Samira Bueno, secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública.
Para o
advogado Marcos Fuchs, diretor-adjunto da ONG Conectas Direitos Humanos, ao não
punir um homicida, o Estado passa para o cidadão uma sensação de insegurança.
"O criminoso vai achar que é fácil passar impune por um crime. Isto pode
ser um estímulo para o aumento da criminalidade", disse.
O baixo
índice de esclarecimento de crimes foi um dos motivos da queda do diretor do
DHPP, Jorge Carlos Carrasco. No dia 9, ele foi substituído pela delegada
Elisabete Sato, que chegou com a missão de melhorar essa estatística.
Os dois
delegados não foram encontrados para comentar o assunto.
Em 2012,
o DHPP concentrou a maioria das apurações de mortes suspeitas da capital
paulista. Neste ano, segundo o governo, a concentração de inquéritos será
revista.
OUTRO
LADO
A
Secretaria da Segurança Pública contestou os dados e informou que não houve
queda brusca no esclarecimento de crimes por parte do DHPP, mas sim uma mudança
no método de análise dos dados.
Antes,
diz, a identificação do autor já bastava para considerar o crime como
esclarecido. Mas, desde 2011, a estatística passou a computar só casos com
prisão de ao menos um autor do crime.
A
secretaria informou que, assim, 37,7% dos crimes foram esclarecidos com a
prisão de um suspeito, sendo que pouco mais de 50% tiveram a identificação do
autor.
Quando o
Ministério Público pediu os dados à pasta, essa mudança de metodologia não foi
informada.
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