Brasil tem um policial morto a cada 32 horas
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31 Out 2012
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Ao menos 229 policiais civis e militares foram assassinados neste ano, mostra levantamento com dados oficiais dos EstadosCom 98 vítimas, São Paulo acumula quase metade dos crimes, apesar de concentrar 1/3 do efetivo do paísCLARA ROMANVALMAR HUPSEL FILHODE SÃO PAULO
Um
policial é assassinado a cada 32 horas no país, revela levantamento
feito pela Folha nas secretarias estaduais de Segurança Pública.
De
acordo com esses dados oficiais, ao menos 229 policiais civis e
militares foram mortos neste ano no Brasil, sendo que a maioria deles,
183 (79%), estava de folga.
O
número pode ser ainda maior, uma vez que Rio de Janeiro e Distrito
Federal não discriminam as causas das mortes de policiais fora do
horário de expediente. O Maranhão não enviou dados.
São
Paulo acumula quase a metade das ocorrências, com 98 policiais mortos,
sendo 88 PMs. E só 5 deles estavam trabalhando. O Estado concentra 31%
do efetivo de policiais civis e militares do país, mas responde por 43%
das mortes desses profissionais em 2012.
Pará e Bahia aparecem empatados em segundo, cada um com 16 policiais mortos.
Para
Camila Dias, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, o número é
elevado. "Apenas para comparação, no ano de 2010 foram assassinados 56
policiais nos EUA."
Segundo
ela, a função desempenhada pelos policiais está relacionada ao alto
número de mortes, mas em São Paulo há uma ação orquestrada de grupos
criminosos, que leva ao confronto direto com a Polícia Militar.
Os PMs foram as principais vítimas, no Brasil e em São Paulo: 201, ante 28 civis.
VULNERÁVEL
Para
a pesquisadora da USP, a maioria dos policiais é morta durante a folga
porque está mais vulnerável e a identificação dos atiradores é difícil.
Guaracy Mingardi, ex-subsecretário nacional de Segurança Pública, diz que os dados revelam uma "caça" a policiais.
Segundo
ele, trata-se de um fenômeno recente, concentrado principalmente em São
Paulo numa "guerra não declarada" entre PMs e chefes da facção
criminosa PCC.
Cabe
à polícia, diz Mingardi, identificar os mandantes e a motivação dos
crimes para evitar uma matança após a morte de um policial.
Muitos
dos policiais morrem em atividades paralelas à da corporação, no
chamado bico. "A minha responsabilidade é com o policial em serviço",
diz o o secretário de Defesa Social (responsável pela segurança pública)
de Pernambuco, Wilsom Sales Damásio, onde morreram 14 policiais neste
ano.
Em
vários Estados, os policiais reclamam de falta de assistência. "Já
houve o caso de um policial ameaçado que foi viver na própria associação
até achar uma nova casa", afirma Flavio de Oliveira, presidente da
Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Espírito Santo.
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012
"Caça" aos policiais
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