Eliane Cantanhêde
Sujo e mal-lavado
Uma síntese de tudo isso é a família Roriz no Distrito Federal. O patriarca Joaquim Roriz foi quatro vezes governador, a primeira delas por nomeação do então presidente Sarney e as outras, já pelo voto, como consequência.
Em 2007, todo enrolado, renunciou e saiu rapidinho pelas portas dos fundos do Senado para fugir de um processo por falta de decoro parlamentar. Em 2010, mais enrolado ainda, fez tudo para concorrer a um quinto (quinto!) mandato ao governo do DF. Não deu.
Barrado pelo TRE e pelo TSE, Joaquim jogou a própria mulher na fogueira. Weslian Roriz -que nunca disputara nada, nunca tivera presença pública, nunca... nunca nada- concorreu ao governo. Chegou ao segundo turno e teve mais de 30% dos votos. Um escárnio.
No rastro, elegeram-se duas pimpolhas do clã: Liliane Roriz é deputada distrital e Jaqueline Roriz, deputada federal. E, ora, ora, já na estreia do mandado lá estava Jaqueline às voltas com um processo por... falta de decoro parlamentar. Tal pai, tal filha. Por um triz, salvou o mandato.
Se isso ocorre na capital do país, não se estranhem as "Rosa do Faiad", as "Michele do Daniel", as "Neia do Saulo", as "Sílvia do André", que usam seus nomes para lavar as candidaturas sujas dos maridos. Elas são apenas mais uma representação da "Weslian (do) Roriz".
O sistema autoriza, assim como permite que partidos sejam criados do nada para ajudar na lavagem de fichas-sujas. Weslian concorreu pelo PSC, Jaqueline, pelo PMN, e Liliane, por um tal de PRTB.
Seria cômico, não fosse trágico.
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