Perguntas sem resposta | Mon, 21 Feb 2011 08:41:18 -0200 | |
RIO DE JANEIRO - Dez dias após a deflagração da Operação Guilhotina, que prendeu policiais civis e militares envolvidos com crimes graves, como desvio de armas e drogas, envolvimento em milícias, participação em grupos de extermínio e vazamento de informações sobre ações policiais, ainda há uma série de perguntas sem resposta. Por que o ex-subchefe Operacional da Polícia Civil, delegado Carlos Oliveira, exonerado do cargo em outubro do ano passado quando, segundo a PF, já existiam suspeitas de envolvimento com milícias, assumiu em janeiro a subsecretaria da Secretaria Especial de Ordem Pública da Prefeitura do Rio? Seria de se imaginar que a tão alardeada boa relação entre as administrações estadual e municipal permitisse que informações fossem repassadas a fim de evitar que o prefeito Eduardo Paes passasse pelo constrangimento de exonerar Oliveira um mês depois da posse. Existem de fato indícios de irregularidades na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, cujo titular, Claudio Ferraz, participou ativamente ao lado da PF das investigações que levaram à Operação Guilhotina? Dois dias após a prisão de policiais civis e militares, o delegado Allan Turnowski, ainda na chefia da Polícia Civil, determinou que a delegacia fosse lacrada. Policiais ligados a ele vasculharam o lugar, mas uma semana depois ainda não se tem ideia do que encontraram. Se havia indícios suficientes contra o delegado Allan Turnowski, por que no dia da deflagração da Operação Guilhotina ele foi ouvido pela PF como testemunha? Só uma semana depois ele foi indiciado sob suspeita de violação de sigilo profissional. A base do indiciamento foi um grampo no qual Turnowski supostamente alertaria um inspetor da ação da PF. Qual o motivo da espera, se os investigadores já tinham a gravação? Será que um dia teremos as respostas? |
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
corrupção sistêmica
Folha de S. Paulo 21 fevereiro 2011.
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