sábado, 13 de julho de 2013

lha da fantasia no cerrado

Desprezo às ruas

Autor(es): Renato Alves
Correio Braziliense - 13/07/2013

Passado um mês do início das manifestações que sacudiram o Brasil, ainda tem muito político que não entendeu ou finge não ter entendido o recado das ruas.

Entre essa gente estão os integrantes da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Eles decidiram sair de férias sem tomar decisões importantes, moralizadoras. A principal delas, referente aos pedidos de investigação contra os deputados Benedito Domingos (PP), Aylton Gomes (PR) e Rôney Nemer (PMDB), deve ficar para agosto, na volta dos trabalhos legislativos.

A Justiça condenou o trio por envolvimento no suposto esquema de pagamento de propinas em troca de apoio político ao Executivo, entre 2007 e 2009, na Câmara, fruto da Operação Caixa de Pandora. Mas os três contam com a camaradagem e a omissão dos seu pares para continuarem impunes no ambiente legislativo, recebendo gordos salários e benefícios, aprovando projetos de seus interesses e nomeando gente de sua confiança em órgãos de todas as instâncias.

Os parlamentares candangos continuam a ignorar a voz das ruas também no que diz respeito ao trato do dinheiro público. Não param de destinar verbas a festas e shows suspeitíssimos. No mais recente caso, a deputada Arlete Sampaio (PT) inovou ao trocar a destinação de R$ 750 mil, que seriam usados na reforma de escolas e construção de creches, para “apoio à realização de eventos culturais do DF”.

Vale ressaltar que Arlete está longe de ser exceção. São inúmeros os casos de distritais preferindo destinar dinheiro para shows em vez de para a saúde, o transporte, a infraestrutura ou a segurança pública. E, pior, muitos dos eventos nem sequer são realizados. E quando o são, é escancarado o superfaturamento dos cachês pagos aos músicos com dinheiro do caixa do GDF.
Parece que, para compreenderem os desejos do eleitor-contribuinte, os nossos distritais precisam receber a visita de muitos deles, ao mesmo tempo, gritando em seus ouvidos, com cartazes à mão.

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