quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lack of state capacity: altas taxas de mortes violentas sem motivos esclarecidos


 [Por que as taxas  de mortes violentas sem motivos esclarecidos são tão altas?]

Ex-blog de Cesar Maia

TAXA DE MORTES VIOLENTAS SEM MOTIVOS ESCLARECIDOS: CIDADE DO RIO LIDERA ENTRE AS CAPITAIS!
      
1. Capitais: Rio 20%, Recife 18%, Belo Horizonte 17%, Natal 13%, São Paulo 13%, Fortaleza 12%, Salvador 8%, etc.
      
2. O estado do Rio ainda apresentava a segunda maior taxa do país (12,2%), ligeiramente atrás da Bahia (12,4%) e um pouco acima de São Paulo (10,4%), segundo dados do sistema de informação DataSUS de 2011. Olhando apenas para as capitais, a situação é pior no caso da cidade do Rio. É ela que está no topo da lista com maior percentual desse tipo de óbito sem determinação dos motivos. E com um agravante: mesmo estando abaixo do patamar de 2009 (26%), a taxa subiu de 2010 para 2011, de 13% para 20%. Quando uma morte por causa externa consta como “com intenção indeterminada” no DataSUS, sabe-se apenas que ela não decorreu de causas naturais.
      
3. — O padrão atual do Rio e outros estados ainda é elevado. Em países desenvolvidos, como a Inglaterra, em 2011, o total de mortes por causa indeterminada por morte externa foi de 0,2%. No Rio, têm a ver com a qualidade das organizações que produzem essa informação, como o IML, a Secretaria de Saúde e a polícia técnica. Muitas vezes, a cena do crime é desmanchada pelo próprio agente que deveria preservá-la. E não há troca de informação entre os órgãos — diz o pesquisador do Ipea, Daniel Cerqueira.
      
4. As estatísticas do DataSUS têm também outra função importante: servir como parâmetro de qualidade para os números de Segurança Pública. — Não é possível ter dados de péssima qualidade como os de hoje no Rio. Se fosse no Piauí, um estado que não tem recursos, isso se justificaria, mas não no caso do Rio. Sem dados bem feitos sobre a realidade, não se pode avaliar e elaborar políticas públicas — afirma Ignacio Cano, professor de Ciências Sociais e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
      
5. No caso do município do Rio, no entanto, é preciso considerar que 20% das mortes violentas não foram esclarecidas pelo sistema de Saúde. Boa parte pode ser de homicídios que não foram computados nas estatísticas da Saúde. Em Duque de Caxias, que lidera o ranking de violência no estado, fora da capital, por exemplo, a proporção de mortes violentas sem motivo esclarecido é de 8%. Na capital fluminense, essa proporção chega a 20%.

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