Marcha do MST acaba em confronto e com mais de 30 feridos em Brasília
Após tentativa de invasão, sessão do Supremo chegou a ser suspensa por quase uma hora
Movimento critica governo Dilma pelo ritmo mais lento de desapropriações na reforma agrária
DE BRASÍLIAMovimento critica governo Dilma pelo ritmo mais lento de desapropriações na reforma agrária
Uma marcha de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) terminou ontem em confronto com a Polícia Militar, tentativa de invasão de órgãos públicos e mais de 30 feridos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Uma sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) chegou a ser suspensa por quase uma hora pelos ministros, que alegaram falta de segurança para continuar os trabalhos.
A marcha estava na programação do 6º Congresso Nacional do MST, que ocorre desde o início da semana na capital. Cerca de 15 mil pessoas participaram, segundo estimativas da Polícia Militar e dos organizadores.
A primeira confusão começou quando os manifestantes tentaram invadir o STF. Eles levavam faixas pedindo a reforma agrária e melhorias na educação, além de criticar o julgamento do mensalão.
Impedidos pelos seguranças e policiais, os manifestantes seguiram para o Palácio do Planalto com o objetivo de entregar uma carta de reivindicações à presidente Dilma Rousseff, criticada pelo ritmo mais lento de desapropriações na reforma agrária e que ontem comemorou os resultados do agronegócio em Mato Grosso --o MST elege o setor como vilão.
Ao chegar ao local, os sem-terra derrubaram as grades de proteção, mas foram contidos pela barreira de policiais que fazia a segurança.
Quando a situação se acalmou, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desceu até o local e recebeu a carta de reivindicações --agilização da reforma e mais estrutura nos assentamentos.
"Eles têm que fazer pressão mesmo", comentou Carvalho. Segundo sua assessoria, Dilma receberá hoje integrantes do movimento.
Em nota, a PM diz que dos 30 policiais atendidos em hospitais, 8 ficaram ficaram feridos mais gravemente depois de serem atingidos por pedras, pedaços de pau e barras de ferro. À noite, todos foram liberados.
Dois integrantes do movimento também se feriram e um foi detido. Os sem-terra dizem que os policiais começaram a confusão ao impedir que eles utilizassem materiais, guardados em um ônibus, que seriam utilizados em performances teatrais.
Policiais usaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e armas taser, que imobilizam por meio de choques, para dispersar a multidão.
Durante o momento mais crítico do confronto, em frente ao Palácio do Planalto, havia 250 PMs fazendo a segurança do local, segundo o coronel Florisvaldo César, comandante do policiamento metropolitano. Alguns grupos foram encurralados pelos sem-terra.
Durante a marcha, segundo a PM, cerca de 600 policiais estavam em diferentes pontos do percurso. (AGUIRRE TALENTO, FILIPE COUTINHO, MARIANA HAUBERT E SEVERINO MOTTA)
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