sábado, 9 de novembro de 2013

General comanda APO

Um general assume o comando das ações
09 Nov 2013

ENTREVISTA: Fernando Azevedo

 

Luiz Ernesto Magalhães


Ex-diretor do Departamento de Desporto Militar, o general Fernando Azevedo e Silva começou a trabalhar na quarta-feira como presidente da Autoridade Pública Olímpica, no lugar de Márcio Fortes de Almeida, que deixou o cargo há quatro meses. Carioca e botafoguense, ele traz o esporte na veia. Ex-atleta das seleções militares de vôlei e paraquedismo, presidiu a Comissão Desportiva do Exército durante os preparativos para os Jogos Mundiais Militares de 2011. Ele, que será o mandachuva dos Jogos, falou pela primeira vez ao GLOBO.
Qual a sua prioridade na APO?
A prioridade é fechar a matriz de responsabilidades que define a atribuição de cada nível de governo. Criamos uma força-tarefa e esperamos redigir o documento até o fim do ano. O TCU e o Comitê Olímpico Internacional já cobraram isso.
O que mais lhe preocupa?
O Brasil está cumprindo as exigências das federações. E a prefeitura tem papel fundamental nos preparativos. Assumiu inclusive tarefas que seriam do estado, com apoio do município. O que está sem muita flexibilidade é o Parque de Deodoro. A margem de tempo é pequena, mas o projeto vai sair.
O prefeito Eduardo Paes chegou a afirmar que não via necessidade da APO...
Isso foi uma questão política. Mas ele sabe que está em jogo o nome do Rio de Janeiro e do Brasil. Não tenho dúvida de que, assim como eu, ele sabe que tem uma missão a cumprir, e qualquer ajuda é bem-vinda. Os projetos da prefeitura de BRTs, por exemplo, estão bem encaminhados. São obras necessárias para a cidade que os Jogos Olímpicos ajudaram a alavancar.
A APO cumpriu seu papel até agora?
Não quero olhar para trás. Tenho que olhar para a frente. É reta final. Hoje são mil dias. A partir de amanhã, a contagem regressiva terá um dígito a menos: 999, 998 dias...
As manifestações de rua nos jogos de 2016 são uma preocupação?
A manifestação pacífica é válida em regimes democráticos. Mas não pode impedir a realização das competições. O planejamento de segurança está levando em conta isso.
Como sua experiência na organização dos Jogos Mundiais Militares pode ajudar?
Montei as equipes brasileiras trazendo atletas de alto rendimento para competir pelas Forças Armadas. Nos Jogos de Pequim, 40% das medalhas de alguns países tinham sido conquistadas por militares. Em 2012, em Londres, tínhamos 260 atletas, sendo que 67 eram militares. Desses, cinco conseguiram medalhas. Em 2016, acho que essa contribuição vai aumentar. Devemos chegar a 100 pessoas não só atletas, mas também pessoal de apoio, técnicos e fisioterapeutas.
O senhor acha viável a meta de o Brasil ficar entre os dez primeiros no quadro de medalhas?
Ambiciosa, mas uma boa meta. Vamos lembrar que, nos Jogos Paralímpicos, a meta é ficar entre os cinco primeiros.

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