Em manifesto e da tribuna do Congresso, petistas atacam presidente do Supremo
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20 Nov 2013
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Após evitar críticas diretas em nota oficial sobre prisões de
condenados, direção da sigla apoia documento no qual signatários dizem
que Corte não pode "ficar refém" de Barbosa; líder do partido diz que
"toga que deu cobertura silenciosa à ditadura é a mesma que criminaliza"
direção do PT
Motivado pelo que
considera "arbitrariedade" nas prisões dos condenados no mensalão, o PT
iniciou ontem uma reação contra o presidente do Supremo Tribunal
Federal, Joaquim Barbosa, colocando em dúvida seu "preparo ou boa-fé" e
conclamando os demais membros do Supremo a "reagir para não se tornar
refém de seu presidente".
A
investida contra Barbosa, que havia sido poupado pela nota oficial do
partido sobre as prisões divulgada anteontem, veio de diversos lados.
Além de um manifesto de repúdio às prisões em duro tom contra o
presidente do STF, petistas foram às tribunas da Câmara e do Senado para
fustigá-lo. O deputado José Guimarães, irmão de José Genoino e líder do
PT na Câmara, comparou a prisão dos condenados no mensalão a ações do
Judiciário da época da ditadura militar.
"A toga que deu cobertura silenciosa à ditadura é a mesma toga que
criminaliza dirigentes do PT que não cometeram nenhum crime. Como
aceitar?", disse o parlamentar petista.
Em um texto intitulado "Manifesto de repúdio às prisões ilegais",
petistas e familiares dos condenados, além de juristas e personalidades
simpáticos ao I PT, criticaram o que chamaram de "flagrante desrespeito à
lei de execuções penais" e sugeriram aos ministros da Corte "que
atentem para a gravidade dos fatos dos últimos dias".
Embora não seja um documento oficial do partido, ele é assinado por
toda a direção do PT nacional, além de integrantes de diretórios
estaduais e municipais, bem como de movimentos sociais, sindicais e
populares ligados aos petistas.
A
pedido dos petistas condenados, que ainda têm direito a novo julgamento
em alguns crimes e podem ter a pena do regime fechado revertida para o
semiaberto, e orientada da mesma forma pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, a direção do PT evita, desde novembro do ano passado,
ataques diretos ao Supremo e a Barbosa.
Contudo, as incertezas que restam sobre o local, o regime e as
condições de cumprimento i da pena, o entendimento de que Barbosa
continua orquestrando uma ação midiática contra os condenados e o PT,
bem como os problemas de saúde enfrentados pelo deputado licenciado José
Genoino fizeram com que o partido decidisse reagir.
Além disso, setores petistas entendem que a tentativa de emparedar o
presidente do STF não produz efeitos no julgamento dos embargos
infringentes, uma vez que os ministros que podem alterar o placar a
favor dos condenados são os novatos Luís Roberto Barroso e Teori
Zavascki.
Além de José Guimarães, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), foi outro a | atacar o presidente da Corte.
"Não sei se por interesse político ou pessoal, Joaquim Barbosa não se pauta pela legalidade."
No Senado, o vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC),foi à tribuna
para questionar a legalidade das prisões. "Se o presidente do Supremo
pode agir fora do que estabelece a Constituição, e os outros juízes
deste País?"
A situação de Genoino
foi a mais mencionada por parlamentares que estiveram na Papuda, que
cobraram a concessão do benefício de prisão domiciliar. "Será que o
Supremo quer ver a morte do deputado Genoino?", indagou o vice-líder do
PT Sibá Machado (AC).
O presidente
do PT, Rui Falcão, após a visita ao presídio, manifestou preocupação com
a situação de Genoino. Ele reafirmou que o partido não poderá alocar
recursos diretamente para ajudar os condenados a pagar as multas
impostas pelo STF, mas disse que uma "rede ; de solidariedade" deverá
ser 5 montada para auxiliá-los.
Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) reclamou também
do STF por não ter recebido oficialmente qualquer comunicado da prisão
de Genoino. Decidiu que a Casa não tomará qualquer medida para abrir
processo de cassação enquanto isso não ocorrer e já adiantou que o
salário de Genoino será mantido até 6 de janeiro, quando terá sua
situação de saúde avaliada por uma junta médica da Casa que poderá
conceder-lhe o direito a uma aposentadoria por invalidez.
Nomes.
O manifesto divulgado ontem é assinado por 150 pessoas, entre as quais
os juristas Dalmo Dallari e Celso Antonio Bandeira de Mello; a mulher de
Genoino, Ryoko; o presidente da CUT, Vagner Freitas; e o coordenador do
MST João Pedro Stédile; os escritores Fernando Morais e Eric
Nepomuceno; o cineasta Luiz Carlos Barreto; e a filósofa Marilena Chauí.
/ Débora Álvares, Eduardo Bresciani, Fernando Gallo E Ricardo Brito
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quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Barbosa sob ataque petista
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