sábado, 18 de junho de 2011

Collor e Sarney defendem o segredo de papéis

Folha de S. Paulo, 17 de junho de 2011

Collor diz que defesa de segredo de papéis não tem elo com sua gestão


Temer também apoia sigilo eterno de documentos ultrassecretos

GABRIELA GUERREIRO

DE BRASÍLIA


O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) quebrou ontem o silêncio para defender o sigilo eterno de documentos ultrassecretos. Relator do projeto que tramita no Senado sobre sigilo de informações, ele disse ter o apoio da presidente Dilma Rousseff para a preservação do segredo de parte dos documentos oficiais.
O senador lembrou que, quando ministra da Casa Civil, Dilma subscreveu a proposta do governo que prevê prorrogação indefinida do sigilo para documentos oficiais ultrassecretos.
No ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou emenda que estabelece que o sigilo só poderia ser renovado uma vez e limitando a 50 anos o prazo para liberação de documentos oficiais. O governo, porém, quer restaurar a proposta original.
Collor disse que não defende o sigilo para preservar informações de seu governo ou da gestão do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), mas por "questão de Estado".
"Eu fui presidente há cerca de 20 anos. Todas as informações em relação ao meu governo já estão inteiramente disponíveis."
Collor apresentou à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado o total de 11 sugestões de mudanças no texto.

TEMER

O vice-presidente Michel Temer também defendeu ontem o sigilo eterno de documentos classificados como ultrassecretos.
"Não é o sigilo de todo e qualquer documento, só dos atos ultrassecretos e, dentre eles, alguns pontos", disse.

Colaborou FÁBIO GUIBU, de Recife

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