Seis dias após 2º turno, protesto em São Paulo pede saída de Dilma
Cerca de 2.500 pessoas foram às ruas para contestar resultado das eleições e criticar governo do PT
Cartazes sugeriam nova intervenção militar no país; também houve atos em Curitiba, Brasília e Manaus
GUSTAVO URIBE
DE SÃO PAULO
Menos de uma semana depois de a presidente Dilma Rousseff (PT) ser
reeleita, cerca de 2.500 pessoas foram às ruas de São Paulo para
protestar contra o governo petista e o resultado das urnas.
Cartazes sugeriam nova intervenção militar no país; também houve atos em Curitiba, Brasília e Manaus
O ato convocado por meio das redes sociais começou na avenida Paulista, em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo), no início da tarde, e seguiu em caminhada escoltada pela Polícia Militar até o parque Ibirapuera.
Do alto de um carro de som e com a bandeira do Brasil nos ombros, o cantor Lobão defendeu recontagem dos votos do pleito presidencial. O resultado foi o mais apertado da história, com 51,6% dos votos para Dilma e 48,4% para Aécio Neves (PSDB).
O protesto não teve episódios violentos, mas foi marcado por provocações entre os manifestantes e apoiadores da presidente. No percurso da caminhada, camisetas vermelhas e bandeiras da campanha petista foram estendidas nas janelas.
"Vai para Cuba!", gritavam de volta os integrantes da marcha, que contou com vendedores ambulantes oferecendo camisetas dizendo "Impeachment já!".
Os manifestantes carregavam faixas que acusavam Dilma de saber do esquema de corrupção na Petrobras, delatado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, e pediam a saída da petista por meio de intervenção militar.
"É necessária a volta do militarismo. O que vocês chamam de democracia é esse governo que está aí?", questionou o investigador de polícia Sérgio Salgi, 46, que carregava cartaz pedindo "SOS Forças Armadas".
Sob aplausos, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi apresentado ao microfone como "alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil".
Em discurso, o parlamentar disse que, se seu pai fosse candidato a presidente, ele teria "fuzilado" Dilma.
O perito Ricardo Molina também subiu no carro de som e disse que as urnas são "fraudáveis". "Qualquer não analfabeto sabe", disse.
Ao fim do protesto, houve ameaça de fragmentação do movimento, entre favoráveis e contrários à intervenção militar. Cada bloco usou um carro de som e, após breve discussão, chegaram a acordo.
"Todos aqui se respeitam, só queremos o bem do Brasil. Não podemos aceitar discórdia", disse Paulo Martins, candidato a deputado pelo PSC no Paraná. Mais cedo, ele havia saudado o grupo com um "boa tarde, reaças".
PELO PAÍS
Também houve pequenos protestos contra Dilma, com centenas de pessoas, em Curitiba, Brasília e Manaus, todos convocados pela internet.
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