quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E o direito de ir e vir?

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Opinião

Pernambuco parece estar plantando bananas de dinamite. Por favor, só não explodam os caixas do Palácio do Governo nem da Assembleia

POSTADO ÀS 10:45 EM 12 DE Janeiro DE 2011

Por Ana Laura Farias
Explosões de caixas eletrônicos têm virado rotina no cotidiano dos pernambucanos. No interior e na Região Metropolitana do Recife, bancos são assaltados quase diariamente. Nenhum dia de 2011, até o momento, acabou sem a explosão de pelo menos um caixa. Só ontem foram três.
O Governo alega que tudo está sob controle e que as medidas de segurança têm sido reforçadas. Nada disso, infelizmente, está conseguindo garantir a tranquilidade e a segurança dos cidadãos.
Uma lei municipal para garantir o reforço da segurança foi promulgada na última segunda-feira (10), na Câmara dos Vereadores do Recife. Uma grande ação, se, de fato, funcionar e não ficar no plano das promessas.
As explosões acontecem, alguns bandidos são presos. Algumas vezes, nem isso. É feita uma investigação e uma nova promessa de reforço de segurança. No dia seguinte, outro caixa eletrônico é explodido.
A verdade é que, mesmo com as prisões, os criminosos perderam o medo de realizar assaltos a banco. Assim como também não temem mais realizar qualquer tipo de violência.
Nada de eficiente é feito para conter as ações do criminosos. Em nenhuma das instâncias. Eles conseguem acesso fácil a quantidades enormes de dinamite, como se isso fosse uma coisa absolutamente corriqueira. Entram nos bancos, aterrorizam cidadãos, levam dinheiro. E voltam a fazê-lo na próxima oportunidade.
Em outra agência. Talvez na mesma. Sem nenhum constrangimento. Sabem que não haverá ninguém para os impedir. Estão imunes à segurança particular, à Polícia, ao Governo Estadual. A Secretaria de Defesa Social (SDS) não tem alcançado a eficiência que os pernambucanos esperavam nesse tipo de crime.
Há alguns anos, no Recife, principalmente, existiam alguns horários e locais a evitar. Não sair no meio da madrugada, evitar ruas desertas. Hoje, esse cuidado já está longe de ser suficiente. A cidade está igualmente perigosa no meio da madrugada ou ao meio-dia. Na periferia e em bairros nobres. Assaltos na rua, em parques, em bancos...
O episódio do Hiper Bompreço de Casa Forte é um exemplo recente da violência ao qual todos estão expostos. Brancos, negros, ricos, classe média, pobres. A violência em Pernambuco não tem hora, lugar, limites.
O que o recifense sofre é mais do que uma simples precaução contra o crime. Estamos vivendo uma espécie de "lógica do medo". Ações que nem percebemos mais como estimuladas por uma realidade de violência. Traçamos roteiros baseados nos locais "onde teremos menos chances de sermos assaltados". Sim, menos.
Talvez um pouco menos. Ar-condicionado virou item básico para os veículos. Não apenas por conta do calor tropical da cidade. Andar com os vidros abertos já virou, praticamente, um "pedido de assalto".
E assim seguiremos, esperando e cobrando ansiosamente o dia no qual poderemos andar a pé sem ter a carteira roubada, andar com vidros abertos sem perder relógio, bolsa/mochila e frequentarmos a agência de bancos sem nos depararmos com explosões ou assaltos.
 

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