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Sai PSD, entra PSB
A escolha de um correligionário do pré-candidato à Presidência Eduardo Campos provocou desconforto nos dois lados. Para a campanha do mineiro Aécio Neves (PSDB), a presença de um partido rival na chapa tucana em São Paulo não é uma boa notícia.
Embora as duas legendas devam confluir num segundo turno, por ora seus indicados disputam a condição de principal adversário da presidente Dilma Rousseff (PT) --a ampla dianteira, segundo as pesquisas, é de Aécio.
Do ponto de vista de Campos, a aliança teria, em tese, mais vantagens, por propiciar visibilidade perante o maior eleitorado do país e uma chance real de participar da administração do Estado, pois Alckmin é o favorito no pleito.
Campos, todavia, enfrenta renitente oposição de sua vice, Marina Silva, que se manifesta a favor de candidaturas próprias em Estados mais importantes na expectativa de acumular forças para consolidar uma "terceira via" no tabuleiro bipolar da política nacional.
Aliados da ex-senadora já deram sinais de que ela não participará de palanques ao lado do atual governador paulista.
Ainda resta a possibilidade de um acerto tríplice em São Paulo, que poderia reservar a candidatura ao Senado para o PSD. Essa hipótese, no entanto, esbarra no aparente interesse do tucano José Serra em ocupar tal vaga. Para liberá-la, o ex-governador paulista teria que se contentar com a disputa para deputado federal.
Nessa confusa movimentação em busca de coligações --o PSB também apoiará o PT no Rio de Janeiro--, resta patente o quanto a política partidária no Brasil segue fisiológica e gelatinosa. Compreende-se que, num país com grandes dimensões e questões regionais relevantes, não haja sintonia entre as alianças em âmbito federal e aquelas que se selam em Estados e municípios.
O que se assiste a cada pleito, porém, vai além de discrepâncias aceitáveis. Prevalece, em todos os planos, o interesse de ocasião, a busca paroquial de vantagens, o oportunismo travestido de realismo político e o desprezo por um mínimo de coerência programática.
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