sexta-feira, 21 de março de 2014

Prontidão para a Copa

O Dia, 21 de março de 2014.



De 1.500 a 3 mil soldados ficarão de prontidão ao lado dos estádios para evitar protestos
Aurélio Gimenez

Rio - Uma força de contigência de 1.500 a 3 mil soldados, de acordo com a cidade-sede, estará estrategicamente de prontidão próximo aos estádios, pronta para entrar em ação em casos de distúrbios provocados por manifestantes. A informação é do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, José Carlos de Nardi, que ontem apresentou o esquema de segurança para a Copa do Mundo a um grupo de empresários na Federação da Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
"Antes, no ano passado, quem imaginou que fosse acontecer na Copa das Confederações o que aconteceu? Ninguém imaginava essas manifestações. Imaginamos essa força de contingência por outros motivos. Mas, agora não. Agora sabemos que poderão ocorrer movimentações de massa. As tropas estão se preparando para o controle de distúrbios. A quantidade da tropa depende da cidade, e ficará na espera de um pedido do governador. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estará nos apoiando na atividade de inteligência", explicou o general.
O chefe do Estado-Maior admitiu que este ano haverá manifestações coordenadas por grupo, como os black blocs, mas, segundo ele, "teremos uma polícia e um setor de segurança mais preparada para atuar". Carlos de Nardi cobrou uma maior integração entre as forças de segurança para evitar manifestações violentas.
O general contou que, no ano passado durante a Copa das Confederações, alguns secretários estaduais de Segurança ficavam dentro dos estádios vendo o jogo, achando tudo bonito, na maior tranquilidade. "Mas, do lado de fora, a coisa pegando fogo", relatou, sem dizer a que estado se referia.
Por isso, Carlos de Nardi quer a implantação do Comitê Executivo de Segurança Pública Regional (Cevir), o que não ocorreu na Copa das Confederações.
Localizado no Centro de Controle ou da prefeitura ou da própria Segurança estadual, o Cevir será composto por três integrantes: um coordenador de defesa de área, do Ministério da Defesa; o secretário estadual de Segurança Pública e o superintendente da Polícia Federal, representando o Ministério da Justiça. O comitê será responsável por orientar e aconselhar o governador a pedir ou não a força federal.
"A coordenação tem que ser integrada. Os três têm que ficar juntos, não vai ter Copa para eles. Nós estamos quase que exigindo integração entre segurança pública e Forças Armadas. Não aconteceu isso na Copa das Confederações, mas não podemos dar sopa ao azar", declarou o chefe do Estado-maior das Forças Armadas.

Forças foram pegas de surpresa
Chefe do Estado-Maior das Força Armadas, José Carlos de Nardi contou que, na Copa das Confederações,  as forças estaduais de segurança foram pegas de surpresa pelas manifestações, a ponto de não terem armamento não letal para conter os manifestantes.

"Num domingo, tivemos que liberar um avião a uma empresa de segurança, para ela fazer entregas de emergência, feitas em cima da hora, de armas não letais às polícias estaduais. Sem esses recursos, os resultados poderiam ter sido diferentes", disse o general.

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