domingo, 24 de fevereiro de 2013

Polícias competem



http://oglobo.globo.com/rio/policias-competem-em-vez-de-partilhar-dados-diz-antropologo-7643898#comments

'Polícias competem em vez de partilhar dados’, diz antropólogo
  • Especialista acredita que policiais confundem atividade de inteligência com espionagem
Publicado: 21/02/13 - 23h56
Atualizado: 22/02/13 - 0h03
RIO — Antropólogo com doutorado em segurança pública em Harvard e professor da UFF, Roberto Kant diz que os policiais não dividem as informações.
Por que o setor de inteligência da polícia tem falhado tanto na repressão ao crime no Rio, como aconteceu na Mangueira?
Há vários fatores. O principal, na minha opinião, é que os policiais confundem atividade de inteligência com espionagem. Inteligência não é espionar cidadão. Os policiais atuam de forma particularizada, obscura, tratando conhecimento como mercadoria política.

Como a inteligência deveria se comportar nas favelas pacificadas?
Ela precisa focar na eficiência, na difusão dos dados, na transparência, e não no segredo. O policial não pode tratar a informação como seu patrimônio particular. Outra coisa: em qualquer sociedade democrática, a área de inteligência é controlada por severas leis, como garantia dos direitos individuais. Aqui, há clara inversão desses valores.
A estrutura das polícias Civil e Militar atrapalha o combate ao crime?
Muito. Por exemplo: cada polícia no Rio (Civil e Militar) trabalha numa frequência de rádio distinta, onde as informações de inteligência não são compartilhadas. As polícias competem, no lugar de compartilhar dados.



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