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'Polícias competem em vez de
partilhar dados’, diz antropólogo
- Especialista acredita que policiais confundem atividade de inteligência com espionagem
Publicado:
21/02/13 - 23h56
Atualizado:
22/02/13 - 0h03
RIO —
Antropólogo com doutorado em segurança pública em Harvard e professor da UFF,
Roberto Kant diz que os policiais não dividem as informações.
Por que o
setor de inteligência da polícia tem falhado tanto na repressão ao crime no
Rio, como aconteceu na Mangueira?
Há vários
fatores. O principal, na minha opinião, é que os policiais confundem atividade
de inteligência com espionagem. Inteligência não é espionar cidadão. Os
policiais atuam de forma particularizada, obscura, tratando conhecimento como
mercadoria política.
Como a
inteligência deveria se comportar nas favelas pacificadas?
Ela precisa
focar na eficiência, na difusão dos dados, na transparência, e não no segredo.
O policial não pode tratar a informação como seu patrimônio particular. Outra
coisa: em qualquer sociedade democrática, a área de inteligência é controlada
por severas leis, como garantia dos direitos individuais. Aqui, há clara
inversão desses valores.
A
estrutura das polícias Civil e Militar atrapalha o combate ao crime?
Muito.
Por exemplo: cada polícia no Rio (Civil e Militar) trabalha numa frequência de
rádio distinta, onde as informações de inteligência não são compartilhadas. As
polícias competem, no lugar de compartilhar dados.
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