Folha de S. Paulo, 02 de julho de 2011—editorial
O Brasil na rota
Mudanças simultâneas nos padrões de consumo e tráfico de cocaína em todo o mundo têm contribuído para aumentar o fluxo da droga que passa pelo Brasil.
A política de segurança pública, no entanto, não tem conseguido responder com agilidade à capacidade de adaptação e sofisticação do crime organizado.
O mais recente "Relatório Mundial sobre Drogas", divulgado pela ONU, revelou um aumento expressivo no número de cargas de cocaína e de quantidades da droga apreendidas na Europa depois de passarem pelo Brasil.
Entre 2005 e 2009, os casos de apreensão do alcaloide com origem no Brasil cresceram mais de dez vezes. Já o volume confiscado passou de 339 kg para 1.500 kg.
No período, afirma a ONU, o rigor da fiscalização europeia não mudou. Os números são, portanto, forte indicador do aumento da importância do Brasil na rota do tráfico internacional de cocaína.
O país ocupa hoje a terceira posição entre os principais entrepostos. No caminho desde os centros produtores até a Europa, fica atrás apenas de Venezuela e Equador.
Essas rotas, que passam pelo Brasil e também utilizam países africanos como escala, respondem, em primeiro lugar, pelo aumento da importância da Europa como destino da droga.
Segundo a ONU, a demanda pela cocaína tem caído nos EUA, enquanto traficantes conquistam novos consumidores no continente europeu, sobretudo no leste.
Ao mesmo tempo, o combate ao tráfico no México, na América Central e no Caribe, com apoio americano, tem afastado traficantes de rotas tradicionais.
A porosidade das fronteiras brasileiras com seus vizinhos serve como óbvio convite ao uso do território e dos portos do país como rota de escoamento da cocaína.
Ao mesmo tempo, aeroportos se mostram vulneráveis a um transporte cada vez mais pulverizado da droga, que é remetida em carregamentos menores ao exterior.
O Brasil precisa fazer novos investimentos na fiscalização de fronteiras a fim de conter a entrada da cocaína e sua passagem facilitada por portos e aeroportos.
Mas o combate mais eficaz aos traficantes, aponta a ONU, não se faz nas portas de entrada e saída do produto, e sim com maiores investimentos em inteligência e no desmantelamento das redes que ligam as duas pontas.
Mudanças simultâneas nos padrões de consumo e tráfico de cocaína em todo o mundo têm contribuído para aumentar o fluxo da droga que passa pelo Brasil.
A política de segurança pública, no entanto, não tem conseguido responder com agilidade à capacidade de adaptação e sofisticação do crime organizado.
O mais recente "Relatório Mundial sobre Drogas", divulgado pela ONU, revelou um aumento expressivo no número de cargas de cocaína e de quantidades da droga apreendidas na Europa depois de passarem pelo Brasil.
Entre 2005 e 2009, os casos de apreensão do alcaloide com origem no Brasil cresceram mais de dez vezes. Já o volume confiscado passou de 339 kg para 1.500 kg.
No período, afirma a ONU, o rigor da fiscalização europeia não mudou. Os números são, portanto, forte indicador do aumento da importância do Brasil na rota do tráfico internacional de cocaína.
O país ocupa hoje a terceira posição entre os principais entrepostos. No caminho desde os centros produtores até a Europa, fica atrás apenas de Venezuela e Equador.
Essas rotas, que passam pelo Brasil e também utilizam países africanos como escala, respondem, em primeiro lugar, pelo aumento da importância da Europa como destino da droga.
Segundo a ONU, a demanda pela cocaína tem caído nos EUA, enquanto traficantes conquistam novos consumidores no continente europeu, sobretudo no leste.
Ao mesmo tempo, o combate ao tráfico no México, na América Central e no Caribe, com apoio americano, tem afastado traficantes de rotas tradicionais.
A porosidade das fronteiras brasileiras com seus vizinhos serve como óbvio convite ao uso do território e dos portos do país como rota de escoamento da cocaína.
Ao mesmo tempo, aeroportos se mostram vulneráveis a um transporte cada vez mais pulverizado da droga, que é remetida em carregamentos menores ao exterior.
O Brasil precisa fazer novos investimentos na fiscalização de fronteiras a fim de conter a entrada da cocaína e sua passagem facilitada por portos e aeroportos.
Mas o combate mais eficaz aos traficantes, aponta a ONU, não se faz nas portas de entrada e saída do produto, e sim com maiores investimentos em inteligência e no desmantelamento das redes que ligam as duas pontas.
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