sábado, 20 de dezembro de 2014

falta do direito de ir e vir



Por medo de arrastões, agências evitam levar turistas pela Linha Vermelha
20/12/201410h37

Um arrastão na Linha Vermelha fez com que motoristas abandonassem seus carros e fugissem na contramão pela via
Representantes de empresas que transportam turistas e executivos no Rio de Janeiro afirmam que, devido ao alto número de assaltos e arrastões presenciados na Linha Vermelha, passaram a evitar a via e utilizar a avenida Brasil como alternativa. A informação é do jornal "O Globo".
A Linha Vermelha é uma das principais vias expressas do Rio, que liga o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) ao centro. Na última semana, foram relatados ao menos dois episódios de arrastão na altura do Complexo da Maré, na zona norte da cidade.
"O bandido se aproximou de um dos nossos veículos carregando um saco cheio de pacotes de pipoca. De repente, ele puxou uma arma e abordou o motorista. Roubou celulares, relógios, dinheiro, tudo", contou ao jornal o gerente da LDS Group, Vinícius Alonso, que presta serviços para executivos estrangeiros. "Um outro motorista da empresa viu, também na Linha Vermelha, um suposto vendedor de garrafas de água retirar uma pistola de um isopor e atacar os ocupantes de um carro. Por isso, começamos a usar automóveis blindados e mudamos nossas rotas para a avenida Brasil. Assaltos na Linha Vermelha se tornaram uma rotina."
Outra empresa que trocou a Linha Vermelha pela avenida Brasil é a agência Triple M. "Tivemos alguns serviços cancelados por uma única razão: a violência na Linha Vermelha. Hoje utilizamos a avenida Brasil, que não pode ser considerada uma solução. Vamos sediar as Olimpíadas em breve, mas ainda não somos capazes de assegurar a ida tranquila do turista que desembarca no aeroporto internacional da cidade para um hotel", reclamou o gerente de operações Fabrício Martins.
Na sexta-feira (19), um arrastão na altura da Vila dos Pinheiros fez com que motoristas abandonassem seus carros e fugissem na contramão pela via. Os criminosos arremessaram em direção à pista barras de ferro e pedaços de pau na tentativa de parar o tráfego.
Policiais militares estão reforçando o policiamento do trecho desde quinta (18), segundo a corporação, em toda a extensão da via, com motopatrulhamento e viaturas. A Maré é o maior conjunto de favelas do Rio –formado por 15 comunidades com mais de 130 mil moradores. Ocupado pela Força de Pacificação do Exército desde 5 de abril, o complexo tem sido palco de tiroteios constantes mesmo com a presença dos militares.
Em novembro, um cabo do Exército morreu ao ser baleado na cabeça enquanto fazia ronda de rotina na Maré. Michel Augusto Mikami, 21, era de Vinhedo, interior de São Paulo. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pediu na quinta (18) ao governo federal a prorrogação da permanência do Exército no complexo de favelas da Maré.

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