terça-feira, 28 de agosto de 2012

TCU ignora decisões técnicas, diz ministro

TCU ignora decisões técnicas, diz ministro
28 Ago 2012

 

Joaquim Barbosa critica tribunal por não seguir análise de sua equipe em julgamento ligado a réu do mensalão

Decisão sobre caso de repasse de comissão por empresa de Marcos Valério contrariou especialistas do órgão

DE BRASÍLIA


O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, disse ontem que o TCU (Tribunal de Contas da União) "ignora completamente" decisões técnicas.
No julgamento do mensalão, os ministros do STF debruçaram-se até aqui sobre dois casos já julgados pelo TCU: a legalidade da retenção dos bônus de volume (comissões pagas por veículos de comunicação a agências de publicidade) pela SMPB, empresa de Marcos Valério, e a prestação dos serviços para os quais a agência foi contratada pela Câmara dos Deputados.
Os votos no TCU são analisados por técnicos antes de ficarem prontos para votação dos ministros. Foi esse o ponto criticado por Barbosa.
"O TCU ignora completamente o que é dito pelos órgãos técnicos. Ocorreu no caso do bônus de volume e ocorreu com relação a essas prestações de serviços supostamente feitas pelas empresas de Marcos Valério", disse.
Um mês antes do julgamento no STF, a ministra do TCU Ana Arraes, contrariando a equipe técnica, entendeu que o fato de a SMPB não ter repassado ao Banco do Brasil os bônus de volume não era irregularidade.
No caso da Câmara, não houve divergência. O ministro do TCU Raimundo Carreiro, em 2008, seguiu a recomendação da equipe, que considerou suficientes as explicações dadas pela Casa.
O TCU informou, em nota, que seus julgamentos são "estritamente técnicos e se dão com base na documentação que instrui o processo" e que os ministros são auxiliados por equipe de auditores.

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