sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Exército faz segurança em delegacia no CE

Folha de S. Paulo, 6 de janeiro de 2012.

Exército faz segurança em delegacia no CE

Com greve de policiais civis, militares cercam unidades em Fortaleza para evitar a fuga ou o resgate de presos
A PM, que voltou às ruas após paralisação, foi orientada a registrar as ocorrências nas delegacias de plantão
FÁBIO GUIBU
Homens do Exército e da Força Nacional de Segurança foram deslocados ontem para delegacias de Fortaleza para evitar fuga ou resgate de presos durante a greve dos policiais civis do Estado, iniciada na noite da última terça-feira.
Armados com fuzis e pistolas, os militares cercaram as unidades e se instalaram até nas lajes. Alojamentos foram montados nas delegacias, que recebem equipamentos e suprimentos por caminhão.
De acordo com o governo, apenas 3 das 34 delegacias de Fortaleza funcionavam ontem, em regime de plantão. Nas demais, delegados e funcionários que não aderiram à greve atendiam eventualmente casos urgentes.
OCORRÊNCIAS
A Polícia Militar, que retornou às ruas após seis dias de paralisação, foi orientada a registrar as ocorrências nas delegacias de plantão.
Os policiais civis mantiveram o acampamento na praça em frente à superintendência da instituição.
Militares armados garantiam o acesso ao local por uma porta, nos fundos.
O governo deve pedir a decretação da ilegalidade da greve ou a reativação de decisão judicial de dezembro contra outra paralisação.
Ao menos duas reuniões entre governo estadual e policiais civis ocorreram nesta semana, mas não houve acordo entre eles.
Os grevistas reivindicam o aumento do piso salarial para o equivalente a 60% do valor recebido por um delegado. Com isso, passaria de R$ 2.125 para cerca de R$ 4.500.
Os policiais querem ainda a redução da carga horária de trabalho, de oito horas para seis horas diárias, a transferência dos presos que estão nas delegacias para presídios e o aumento do efetivo.
O secretário do Planejamento e Gestão do Ceará, Eduardo Diogo, disse que o governo "busca o entendimento" com os grevistas, mas o Estado não pode comprometer a sua capacidade de investimento.
Segundo ele, nos últimos 12 meses os servidores do Estado tiveram aumento médio real de 2,76%.

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