terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Armas em mãos erradas

Armas em mãos erradas matam inocentes
18 Dez 2012
Visão do Correio

Armas de fogo em mãos erradas significam sentença de morte. Matam inocentes. Homens, mulheres e crianças perdem a vida porque atravessaram o caminho de pessoa alcoolizada, ou sob o efeito de droga, ou contrariada por esta ou aquela razão, ou decidida a satisfazer a curiosidade sobre o manejo de revólveres, rifles, pistolas.
Ganham manchetes e generoso espaço em jornais, rádios e tevês os frequentes massacres cometidos nos Estados Unidos. Com razão. O alvo preferido são escolas e lugares públicos. Jovens aparentemente normais surtam e disparam contra quem encontram pela frente. Como em sangrenta guerra civil, criaturas indefesas tornam-se vítimas de violência gratuita e fatal.
Exemplos não faltam. Em 1999, dois estudantes de Columbine Hight School assassinaram 13 pessoas. Seis anos depois, adolescente de 16 anos ceifou a vida de nove alunos de Red Lake (Minnesota). Em 2007, rapaz de 23 anos matou 32 pessoas em universidade de Virgínia. Sexta-feira, jovem assassinou a mãe, invadiu escola infantil em Newtown (Connecticut), executou 20 crianças e cinco adultos. Como em script macabro, perpetrados os morticínios, os algozes se suicidam.
 A cada tragédia, abre-se o debate sobre a disseminação descontrolada de armamentos em mãos erradas. De acordo com a Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos, todo cidadão tem direito à autoproteção e, em consequência, a portar arma. A questão tornou-se cultural. Há que mudar a mentalidade do povo para que seja possível proceder a mudanças.
Especialistas calculam que chega a 300 milhões o número de armas de fogo em circulação no país — numa população estimada em 310 milhões de pessoas. Na maior parte dos estados, qualquer um — independentemente de idade, condição física ou saúde mental — pode comprar tantas armas quantas quiser. Pode, também, escolher o tipo e o modelo.
A taxa de posse civil de armas por 100 mil habitantes na potência da América do Norte é de 88,8%. A taxa de homicídios por arma de fogo atinge 2,97%. Muitos não veem relação direta entre uma coisa e outra. Citam exemplos. Entre eles, o Brasil. Aqui, a posse de arma por 100 mil habitantes é bem inferior à americana — 8%. Mas o número de homicídios é bem superior — 18,1%. As estatísticas fazem pensar. O Brasil sobressai pela quantidade desproporcional de mortos em comparação com a da nação norte-americana.

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